Durante discurso na sessão plenária desta terça-feira (28) da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), o deputado Wilker Barreto (Cidadania) criticou os “exageros de gastos” na terceirização da organização do 55° Festival Folclórico de Parintins, realizado no último fim de semana.
“O boi bumbá existe há 30 anos. O estado, por meio da Amazonastur, tem bastante experiência para organizar o festival. Quero entender por que contratam uma empresa para organizá-lo por R$ 10 milhões. Vou arriscar um número bem otimista: gastaram no festival mais de R$ 50 milhões“.
Wilker criticou a conduta de colegas que dividiram o camarote do festival com o governador Wilson Lima (UB), já que uma das funções dos parlamentares é fiscalizar as despesas públicas. O parlamentar disse que solicitou, por meio de ofício, informações à Secretaria de Estado de Cultura (SEC) e à Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS) sobre o cronograma de pagamentos do festival.
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O deputado Tony Medeiros (PL), ex-levantador de toadas, saiu em defesa do evento e lembrou que os recursos investidos são delimitados por categorias. “Dinheiro da cultura é dinheiro da cultura, dinheiro da saúde é da saúde. O festival gerou renda e dignidade. Quais as nossas alternativas econômicas para sobreviver no interior?”.
“Não posso ficar calado. Não aceito. É o mesmo deputado que vota o orçamento do estado“, acrescentou Medeiros. O parlamentar explicou ainda que a presença no camarote do governador foi uma forma de agradecer o apoio aos bumbás e defender a cultura parintinense.
Em aparte, o deputado Fausto Jr. (PL) aproveitou para comentar o que chamou de ataques a eventos promovidos no interior do Amazonas, surgidos na esteira das denúncias de superfaturamento de cachês oferecidos a cantores sertanejos em municípios com baixo orçamento.
“Tudo é uma questão de bom senso da administração pública. Nos últimos tempos, temos visto uma série de ataques a festejos do interior do estado, não apenas ao Festival de Parintins. Muitas vezes, as pessoas interpretam de forma equivocada. É claro que o município que não tem condições financeiras não pode custear uma festa de R$ 1 milhão“, ressaltou Fausto.