Nesta sexta, 24, a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu por reverter a decisão Roe vs Wade, que instaurava o direito ao aborto no país e cuja validade já se estendia há 49 anos. A decisão terá grandes consequências na política norte-americana e nas vidas de mulheres por todo o país.
Por maioria de 6 a 3, a Corte determinou a derrubada da Roe vs Wade. Na prática a medida não proíbe o aborto no país, mas permitirá a cada um dos 50 estados decidir a sua política sobre a questão e adotar vetos locais.
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Estados conservadores como Texas e Flórida deverão impor agora proibir suas cidadãs de realizarem o procedimento, enquanto estados liberais como a Califórnia ou Nova York devem manter o direito ao aborto. Mulheres mais pobres dos estados conservadores deverão sofrer mais, pois muitas não poderão arcar com viagens a estados onde o aborto é autorizado para realizar seus procedimentos.
A Suprema Corte dos EUA passou a ter maioria conservadora no mandato de Donald Trump, que conseguiu indicar três magistrados, com ajuda de senadores republicanos. Já a criação de uma lei nacional sobre o aborto é possível, mas tal proposta teria chances mínimas de ser aprovada no Congresso atual, pois os republicanos têm poder para barrar tal medida no Senado.