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SP: Testemunha relata o que aconteceu antes de estudante ser morto por PM

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Uma testemunha deu detalhes da morte do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, baleado à queima-roupa por um policial militar dentro de um hotel na Vila Mariana, zona sul de São Paulo. O caso aconteceu entre a noite de terça-feira (19/11) e a madrugada de quarta-feira (20).

Conforme o boletim de ocorrência, consta que o estudante estava hospedado no hotel junto a uma garota de programa identificada como Gabriele Mantey Caetano Elias, de 21 anos.

Gabriele disse que conheceu Marco Aurélio há cerca de dois anos, quando trabalhava como garota de programa. Com o passar do tempo, eles desenvolveram uma relação de afinidade, mas ela continuou cobrando os encontros normalmente. Por conta disso, atualmente, Marco lhe devia cerca de R$ 20 mil.

Na noite de terça-feira (19), por volta de 22h, Gabriele estava em um bar na Vila Mariana quando avistou Marco Aurélio. Segundo ela, ele já estava bêbado. Por volta de 1h30 da madrugada de quarta (20), Marco a mandou uma mensagem dizendo que gostaria de ficar com ela novamente.

Gabriele topou encontrá-lo, mas disse à polícia que não pretendia ter relações sexuais com ele, mas cobrar a dívida e ir embora.

Os dois foram ao Hotel Flor Da Vila Mariana, local que já iam com frequência. Lá, eles pagaram somente uma hora de permanência. No quarto, Marco Aurélio lhe entregou R$250, e Gabriele lhe disse que iria descontar esse valor da dívida que ele tinha com ela — já que ele a impedia de trabalhar por ciúmes, ao mesmo tempo em que não quitava o que devia.

Nesse momento, os dois começaram a brigar. Segundo Gabriele, discussões verbais entre os dois eram frequentes, tanto por questões de dívidas financeiras, quanto pelo fato da família de Marco Aurélio não aceitar a relação deles.

Quando a jovem tentou sair do quarto, Marco Aurélio fechou a porta. Na segunda tentativa de sair, o estudante bateu na cabeça dela, a empurrando para longe da porta, segundo depoimento.


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“Olha o que você acabou de fazer, você está colocando a mão em mim”, disse Gabriele a ele. Então, o recepcionista do hotel teria ligado no quarto e perguntado se estava tudo bem. Marco respondeu que sim e perguntou em voz alta à Gabriele se ela estava bem também, ao que ela respondeu: “Não, não está nada bem, eu quero sair daqui”.

Nesse momento, Gabriele acredita que o recepcionista tenha ouvido o que ela disse e acionado a Polícia Militar. Ela conseguiu sair correndo do quarto, desceu as escadas e se escondeu em um cômodo para chamar um carro de aplicativo.

De acordo com Gabriele, Marco Aurélio também desceu as escadas e perguntou ao recepcionista se ela já tinha ido embora, recebendo resposta positiva.

Abordagem

Depois, Gabriele relata ter ouvido o portão de acesso à saída do hotel abrindo e fechando. Um minuto depois, ela ainda ouviu uma movimentação, avistando Marco Aurélio no portão de acesso cercado de dois policiais militares. Segundo ela, um dos agentes perguntou ao estudante por que ele teria batido na viatura. Neste meio tempo, o recepcionista colocou Gabriele em um local em que ela não conseguia ver mais nada.

Foi nesse momento que ela ouviu um disparo de arma de fogo e avistou, posteriormente, Marco Aurélio caído no chão.

Quando o resgate chegou, o estudante estava acordado e gritava. Gabriele acompanhou Marco ao hospital, dentro do veículo. Chegando lá, no Hospital Ipiranga, ele passou a ser atendido e ela ficou do lado de fora.

A família dele chegou ao local e começou a ofender Gabriele, segundo ela. A jovem contou que o irmão dele, Pedro Cardenas Acosta, deu um soco em sua cara e a ameaçou de morte. Os policiais militares afastaram a briga e levaram Gabriele para a delegacia, onde a jovem depôs.

*Com informações do Metrópoles

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