Começa nesta segunda-feira (18/11), no Rio de Janeiro, a Cúpula de Líderes do G20 , evento que reúne líderes das principais economias mundiais para debater questões cruciais como desigualdade social, mudanças climáticas e reformas institucionais.
Durante dois dias, os participantes buscaram consenso em temas complexos, com a expectativa de entregar uma declaração conjunta ao final do encontro.
Sob a presidência brasileira, o evento terá entre os principais destaques a proposta de tributação de 2% sobre as fortunas bilionárias , defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o governo, os recursos seriam destinados ao combate às desigualdades em países mais vulneráveis. A medida, no entanto, enfrentou resistência de alguns países, incluindo a Argentina, cujo presidente, Javier Milei, manifestou oposição.
Também ocorrerá o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza , uma iniciativa encenada pelo Brasil que busca ampliar políticas de transferência de renda e beneficiar até 500 milhões de pessoas até 2030. O projeto já conta com o apoio de países como Alemanha, Noruega, Paraguai, Bangladesh, além de blocos como a União Europeia e a União Africana.
Outra pauta da agenda é a reforma das instituições de governança global, com foco no Conselho de Segurança da ONU. Críticas à falta de representatividade do órgão, formado exclusivamente por cinco membros permanentes com poder de veto (China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos), ganham força. A dificuldade do modelo atual tem limitado a capacidade de resposta do conselho a crises como a guerra na Ucrânia e o conflito em Gaza, destacando a necessidade de mudanças estruturais.
Saiba mais:
- Saiba quais líderes globais confirmaram presença na reunião do G20 no Rio de Janeiro
- G20 Social pede trabalho decente, soberania alimentar e taxação dos super-ricos
A presidência brasileira também prioriza o alinhamento de recursos às metas do Acordo de Paris, que diz respeito ao financiamento climático. Contudo, os debates barram em dificuldades semelhantes às enfrentadas na COP29, que ocorrem simultaneamente no Azerbaijão. Os países em desenvolvimento pediram US$ 1 trilhão em financiamento de ações climáticas, enquanto as nações ricas resistem a compromissos concretos.
Agenda da reunião
Nesta segunda, a abertura da cúpula será marcada pela recepção oficial dos líderes pelo presidente Lula no Museu de Arte de Moderna, seguida do lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.
Na sequência, os líderes colaborativos iniciam a primeira sessão de debates, focada em soluções para esses desafios globais. Durante a tarde, a segunda sessão abordará a reforma da governança global.
E na terça-feira (19/11), a programação inclui desenvolvimento sustentável e transição energética. Por fim, haverá a sessão do encerramento da cúpula e a cerimônia de transmissão da presidência do G20 para a África do Sul.