Um auditoria sigilosa realizada pelo Tribunal de Contas das União (TCU) e divulgada nesta sexta-feira (3) no site da revista Veja mostra que os gastos do presidente Jair Bolsonaro (PL) com o cartão corporativo superam os do antecessor, Michel Temer (MDB). As despesas, que receberam o status de sigilosas pelo governo federal, somam R$ 21 milhões.
Segundo o levantamento, o período mais expressivo de sangria dos recursos públicos foi entre janeiro de 2019, quando Bolsonaro assumiu o cargo, e março de 2021. Os auditores do TCU constataram que, nesse intervalo, o mandatário aplicou R$ 2,6 milhões para a compra de alimentos para as residências oficiais dele e do vice Hamilton Mourão, uma média de pouco mais de R$ 96,3 mil por mês. Para efeitos de comparação, Temer gastou R$ 2,3 milhões nos dois anos de mandato.
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As informações que mais chamaram a atenção dos auditores, no entanto, referem-se às viagens do presidente, do vice e das comitivas, que totalizaram R$ 16,5 milhões em pagamentos de hospedagem, fornecimento de alimentação e apoio operacional. A verba foi utilizada pelo alto escalão do governo em viagens com objetivos pessoais, como lazer e casamentos, sem relação alguma com a atividade política.
Os ministros da Economia, Paulo Guedes, das Comunicações, Fábio Faria, do Gabinete da Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, e da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, participaram da farra de viagens custeadas com dinheiro público. Até o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, e a filha aproveitaram uma carona com o presidente para aproveitar o feriado da Proclamação da República em 2019. Na época, Mendonça exercia a função de advogado-geral do governo Bolsonaro.
Com base nessa informações, o TCU identificou crime de improbidade administrativa, o que pode resultar em perda de cargo público, suspensão de direitos políticos e ressarcimento dos cofres públicos.
Via Veja