Na manhã desta segunda-feira (11/11), o Supremo Tribunal Federal (STF) abre discussão sobre o impacto das apostas online, popularmente conhecidas como “bets”, em uma audiência pública que visa explorar os efeitos sociais, econômicos e de saúde pública desse fenômeno no Brasil.
A sessão será conduzida pelo ministro Luiz Fux, que é relator das ações relacionadas ao tema na Corte.
A audiência faz parte da análise de uma ação movida pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que contesta a constitucionalidade da Lei das Bets, regulamentadora das apostas online no país.
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A CNC argumenta que a legislação vigente agrava o endividamento das famílias brasileiras e contribui para problemas de saúde pública, especialmente em questões de saúde mental e comportamental, levantando preocupações sobre o impacto das apostas no cotidiano dos cidadãos.
O ministro Luiz Fux destacou a importância de investigar os efeitos das apostas online no comportamento humano, em especial os impactos neurológicos e as consequências sobre a saúde mental dos jogadores. Segundo ele, a intenção da audiência é esclarecer esses aspectos, oferecendo uma perspectiva abrangente dos efeitos das apostas para que a Corte possa decidir sobre a constitucionalidade da lei.
Para enriquecer o debate, o STF convidou representantes de diversas instituições, incluindo a Associação Nacional de Jogos e Loterias, o Instituto Brasileiro do Jogo Legal, o Grupo Mulheres do Brasil e a Educafro.
Além das organizações, Fux convocou autoridades governamentais e de diferentes esferas para contribuir com suas perspectivas sobre o tema.
Entre os convidados estão:
- Anielle Franco – ministra da Igualdade Racial;
- Arthur Lira – presidente da Câmara dos Deputados;
- Bruno Dantas – presidente do Tribunal de Contas da União (TCU);
- Fernando Haddad – ministro da Fazenda;
- Jorge Messias – advogado-geral da União;
- Macaé Evaristo – ministra dos Direitos Humanos;
- Nísia Trindade – ministra da Saúde;
- Paulo Gonet – procurador-geral da República;
- Roberto Campos Neto – presidente do Banco Central;
- Rodrigo Pacheco – presidente do Senado Federal.
A Corte dará seguimento ao tema e realizará mais uma sessão para a audiência na terça-feira (12).