Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, empresário executado a tiros na sexta (9/11) dentro do Aeroporto de Guarulhos, em SP, desembarcou com uma mala contendo mais de R$ 1 milhão em joias e objetos de valor no dia do crime. A polícia investiga a morte dele, e a sua ligação com a facção criminosa PCC como provável causa da execução.
Segundo o boletim de ocorrências do caso, registrado primeiramente da delegacia de Cumbica, a bagagem trazida por Gritzbach da sua viagem a Maceió continha ao menos 38 itens de alto valor, em posse do empresário no momento do crime. A lista inclui:
- 11 anéis prateados com pedras rosadas, outras esverdeadas, em formas de coração e de pingo;
- 6 pulseiras esverdeadas e douradas;
- 2 colares prateados em forma de pingo e com pingentes;
- 9 pares de brincos com pedras verdes, azuis e prateadas.
As joias, segundo a polícia, tinham certificado de joalheiras caras como Bulgari, Cristovam Joalheria, Vivara e Cartier.
Também foram apreendidos com a vítima argolas douradas, um celular e um notebook da marca Apple, além de R$ 620 em dinheiro vivo e um relógio da marca Rolex. O material está em posse agora do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).
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Familiares teriam relatado à polícia que o empresário tinha ido à capital alagoana para cobrar uma dívida de um conhecido. Os policiais querem saber quem é a pessoa que fez o repasse do material valioso ao delator e se essas joias têm alguma ligação com a execução dele.
Gritzbach foi enterrado na manhã deste domingo (10). Até o momento de postagem desta matéria, os autores do assassinato não tinham sido presos.
Ele era investigado por envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC) e, em março, havia fechado um acordo de delação premiada com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) com a promessa de entregar esquemas de lavagem de dinheiro.
Entenda o crime
Gritzbach voltava de Alagoas rumo a São Paulo e desembarcou no aeroporto de Guarulhos após voltar de uma viagem com a namorada e o motorista particular dele na tarde de sexta-feira (8). A segurança dele era feita por quatro policiais militares contratados pelo próprio empresário.
O transporte dele era feito por uma escolta de dois veículos. Um dos carros apresentou uma falha e foi deixado em um posto de combustível sem acessar a área de desembarque. A investigação irá apurar se houve mesmo falha mecânica ou se episódio pode estar relacionado com o crime.
Assim que deixou o saguão do aeroporto, o empresário foi assassinado por dois homens encapuzados com fuzis. Os atiradores entraram em um Gol preto e fugiram do local.
Gritzbach foi atingido por 10 tiros e morreu na hora. Os disparos acabaram atingindo outras pessoas, que não tinham ligação com o empresário, incluindo o motorista de aplicativo Celso Araújo de Novais, que acabou falecendo na noite de sábado (9).
O veículo que teria sido no crime foi abandonado nas imediações do aeroporto ainda na sexta-feira (8). Dentro dele, havia munição de fuzil e um colete à prova de balas.
Os policiais militares que faziam a escolta de Gritzbach prestaram depoimento à polícia. Eles tiveram os celulares apreendidos e foram afastados de suas funções.
O empresário era ameaçado pela facção criminosa PCC e já tinha escapado de um atentado no Natal de 2023. O Ministério Público acusou Gritzbach e o policial penal David Moreira da Silva, 38, pelos assassinatos de dois membros do PCC. O empresário também teria embolsado cerca de R$ 40 milhões da facção.
A polícia investiga se a vítima foi assassinada a mando do PCC. Mas também não descarta outras possibilidades, como queima de arquivo, já que ele havia assinado acordo de delação premiada e tinha vários agentes públicos como inimigos, a quem disse ter pago altos valores em propinas.
Com informações de G1.