Após vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais nos Estados Unidos, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) demonstraram confiança na independência das decisões do Judiciário brasileiro, afirmando que a política norte-americana não interfere nas decisões da Corte.
Fontes ligadas ao STF garantem que, mesmo diante da proximidade ideológica entre Trump e o ex-presidente Jair Bolsonaro, a Justiça brasileira não sofrerá pressão em casos que envolvam o líder brasileiro. Na última quarta-feira (6), antes de uma sessão plenária, os ministros chegaram a brincar sobre como eles poderiam ter o visto americano suspenso, lançar um tom de descontração ao tratar do tema.
De acordo com interlocutores, a eleição de Trump não traria mudanças concretas na atuação do STF. A recente resposta firme da Corte aos ataques de 8 de janeiro de 2023, que foram comprovadas em punições severas aos envolvidos, é apontada como uma prova da autonomia do tribunal.
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A avaliação é de que a vitória de um candidato de extrema direita em outra nação, embora preocupante, não tem o potencial de alterar a postura do Judiciário no Brasil.
Celso de Mello, ex-presidente e ex-decano do STF, avalia que a Corte é “expressão legítima da soberania nacional” e não acredita que a eleição de Trump possa levar o Judiciário brasileiro a rever suas decisões.
“A Corte Suprema do Brasil não serve a governos, a pessoas ou a grupos ideológicos, nem se curva à onipotência do poder ou aos desejos daqueles que o exercem”, disse.
*Com informações de CNN