O deputado Serafim Corrêa (PSB) comentou, nesta terça-feira (23), o novo ataque do governo federal contra a Zona Franca de Manaus: a redução de 10% no Imposto de Importação (II) anunciada para reduzir os preços ao consumidor final. Para Serafim, trata-se de uma medida eleitoreira, tomada tardiamente, cujo efeito será ineficiente a curto prazo.
“O objetivo é reduzir a inflação, diminuindo a alíquota para que o preço dos importados fiquem menor. O problema é que o dólar tem subido muito mais que a redução, e isso faz com que a inflação não caia. O governo está numa sinuca de bico, tenta reduzir a inflação para fins eleitorais. Não tem mais tempo. A eleição é daqui a cinco meses. Passou do momento de agir contra a inflação, o que deveria ter sido feito antes”, avaliou.
Leia mais:
Um corte de 20% já havia sido implementado pelo governo Bolsonaro no ano passado, o que eleva a redução no setor para 30%. Há previsão, ainda, de que a medida seja ampliada em dez pontos percentuais até o final deste ano.
Dificuldade logística
Na sessão de hoje da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), Serafim criticou a tentativa da Advocacia Geral da União (AGU) de recorrer da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) que suspende decretos que reduzem o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) dos produtos da Zona Franca de Manaus.
Para o deputado, o advogado-geral Bruno Bianco Leal equivocou-se ao argumentar que a distância do Amazonas dos grandes centros consumidores não constitui entrave logístico.
“Agora nós não temos mais nenhuma dificuldade de logística e nós não estamos mais distantes de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais? Estamos aqui do outro lado da rua? Antes de mais nada, o advogado-geral da união precisa olhar o mapa do Brasil, ter uma aula de geografia e ver que as distâncias inibem o nosso desenvolvimento, que é um fator que muito complica e muito atrasa em relação ao mercado consumidor”, concluiu Serafim.