A amazonense Clisia Lima da Silva, assassinada pelo marido, o engenheiro mecânico Edson Fernando Sales Cardoso, se tornou agressivo depois se mudaram para Extrema, no Sul de Minas Gerais. O corpo de Clisia foi encontrado na quarta-feira (30/11), e a prisão do suspeito decretada na noite de quinta-feira (31).
Com exclusividade à Rede Onda Digital, Carla Silva revelou que a irmã, Clisia, relatou em algumas conversas, que Edson Fernando passou a ficar mais agressivo quando começou a usar ketamina, uma medicação de uso restrito na veterinária e em ambiente hospitalar por suas propriedades sedativas, com seus efeitos alucinógenos.
“A minha irmã presenciou ele se drogando e ficou com bastante medo. Eu não tenho conhecimento se ele ofereceu para ela o medicamento, mas o seu comportamento ficava mais agressivo quando usava ketamina”, revelou a irmã com exclusividade à Rede Onda Digital.
Carla Silva ainda pediu por justiça e informou que a irmã foi envenenada antes de ser jogada da ponte sobre o rio Jaguari. “Eu quero justiça! A minha irmã foi morta com chumbinho, veneno para rato, e teve o pescoço quebrado”, disse.
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O delegado Luiz Carlos Zilioti, titular da unidade policial de Piracaia, informou que a polícia obteve informações de que Clisia já havia feito um Boletim de Ocorrência (B.O.) em agosto deste ano, no município de Extrema, interior de Minas Gerais. No relato, Clisia declarou que Edson fez ameaças com dizeres: “Se você não for minha, não será de mais ninguém”. Ela ainda mencionou no documento policial que era agredida fisicamente e atingida com objetos.
Ainda segundo a irmã da vítima, Clisia era constantemente insultada e ofendida pelos familiares de Edson Fernando.
“Minha irmã passou a ser insultada pela mãe dele, que proferia palavras que ela era índia, que tinha de voltar para a maloca, para aldeia e outras ofensas. Ele presenciava, mas não defendia a Clisia. Como estava passando por isso, Clisia resolveu me contar e decidiu terminar o relacionamento abusivo, pois já tinha até sido agredida fisicamente e verbalmente por ele”, contou com exclusividade, à Rede Onda Digital.
O corpo da vítima foi encontrado com sinais de tortura, com mãos e pés amarrados, no rio Jaguari, em baixo de uma ponte, no limite das cidades de Piracaia e Joanópolis, na região de Bragança Paulista. A Justiça decretou a prisão temporária de Edson por um mês.
O caso foi registrado como feminicídio na delegacia de Piracaia. Edson Fernando Sales Cardoso teve a prisão preventiva decretada e deve permanecer detido por 30 dias, enquanto seguem as investigações.