O vice-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDLM), o advogado e consultor empresarial Hamilton Caminha afirmou, em entrevista à rádio e TV Onda Digital nesta quinta-feira (28), que empresas já elaboram alternativas para garantir a viabilidade dos negócios com a manutenção da alíquota de 25% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) no Polo Industrial de Manaus (PIM).
O percentual para o restante do país, conforme anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) após reunião com o governador do Amazonas Wilson Lima (UB) ontem (27), vai aumentar em 35%.
“As indústrias fazem planejamentos sobre a viabilidade dos negócios nos locais em que estão instaladas. Quando ocorre uma ‘quebra’ no planejamento devido a fatores externos, como ações do governo, teremos um momento de reflexão sobre o que deverá acontecer nos próximos meses”, explicou. “Até que a situação seja normalizada, não teremos um posicionamento definido dessas empresas, mas elas já prepararam os planos B e C“.
Leia mais:
Hamilton analisou os possíveis efeitos da medida na economia local. “Temos uma lista com mais de 5 mil produtos e todos poderão ter uma alíquota de IPI diferente. É um sistema integrado. Se uma peça do dominó cai, as outras vão cair. O comércio, os municípios do interior, que vivem da agricultura familiar e de parte do IPI e do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços)”.
O advogado ressaltou que o diferencial de competitividade do modelo ZFM consiste em tornar mais atrativa a produção de mercadorias que têm tributação elevada. “Estamos numa área muito isolada, longe dos centros consumidores, e produzir aqui seria difícil se não houvesse diferencial”, enfatiza.