Em entrevista ao programa “Fiscaliza Geral” da rádio e TV Onda Digital na manhã desta sexta-feira (8), o vereador Rodrigo Guedes (Republicanos) comentou sua atuação no combate a privilégios na Câmara Municipal de Manaus (CMM), como a compra do “kit selfie” e o aumento do “Cotão”.
O parlamentar disse que identificou sobrepreço na compra de itens como microfones, máquinas fotográficas e acessórios, que custaram R$ 800 mil em verba pública. “Fizemos pesquisas e verificamos que, no mercado, o kit selfie custava R$ 7 mil – mais de 100% de sobrepreço“, relatou Guedes.
A constatação do vereador corrobora a decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM), que, recentemente, suspendeu a aquisição de equipamentos para uso nos gabinetes parlamentares e setores administrativos.
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“Fiz uma representação aos órgãos de controle, como o Ministério Público, que vai abrir uma investigação se houve superfaturamento. Se comprovada, a denúncia será formalizada na justiça“, explicou Guedes.
Empatia
Outro motivo de embate entre o vereador e a presidência da CMM foi o reajuste da Cota para Exercício de Atividade Parlamentar (Ceap) de R$ 18 mil para R$ 33 mil, aprovado na última sessão plenária de 2021. Em parceria com o vereador Amom Mandel (Cidadania), Guedes entrou com ações judiciais para impedir a medida.
“O que considero mais grave é o do valor de R$ 83%. Há aumento dos preços do arroz, do café, leite, carne. Mas os salários não aumentam. Não interessa se há orçamento. A classe política deve ter o mínimo de empatia com a população“, ponderou Guedes.
O parlamentar criticou também a falta de transparência na utilização da estrutura necessária para o trabalho dos vereadores, como a adesivagem de veículos com a marca da CMM. “Tudo é decidido nas câmaras, na Assembleia, no Congresso, e isso é muito ruim porque aumenta o abismo entre a sociedade e a classe política”.
Daniel Amorim, da redação