A recente falha técnica no avião presidencial brasileiro reacendeu uma discussão que estava adormecida no governo: a necessidade de substituir a aeronave utilizada pelo presidente da República para viagens internacionais. O incidente, ocorrido durante uma viagem ao México, na noite desta terça feira (02/10), trouxe à tona preocupações com a segurança presidencial, levando membros do governo a reavaliar a viabilidade de adquirir uma nova aeronave.
Embora a questão da segurança seja uma prioridade, o Palácio do Planalto adota uma postura cautelosa, afirmando que a primeira medida a ser tomada é avaliar as causas exatas da pane ocorrida no avião. O modelo utilizado, um A-319 da Força Aérea Brasileira (FAB), é o mesmo que realiza viagens de longa distância, como a que levou o presidente à Cidade do México.
Histórico
O A-319 foi adquirido em 2004 por US$ 56,7 milhões (aproximadamente US$ 96,4 milhões, em valores atualizados). A compra ocorreu após uma série de problemas técnicos no antigo avião presidencial, incluindo um incidente em 1999, quando o então vice-presidente, Marco Maciel, sofreu uma pane durante uma viagem oficial.
No ano passado, a possibilidade de substituição do avião presidencial foi discutida no governo. Estima-se que um novo modelo custaria entre US$ 70 milhões e US$ 80 milhões, conforme projeções de auxiliares governamentais. Contudo, a proposta foi temporariamente suspensa após uma ação judicial movida pela oposição, que argumentava contra a necessidade de tal aquisição.
Saiba mais:
- Avião de Lula pousa no México após voar em círculo por quase 5h
- Avião de Lula apresenta problema técnico durante decolagem do México para o Brasil
O debate sobre a compra de um novo avião ganhou força em 2023, quando deputados da oposição entraram com uma ação judicial para impedir preventivamente a aquisição da aeronave. O juiz Marllon Sousa, da 7ª Vara Federal do Distrito Federal, determinou que o governo federal se manifestasse sobre o tema em até cinco dias. Apesar da pressão, a troca do avião foi adiada, e a questão ficou em aberto.
Agora, com o novo incidente no México, o governo se vê novamente diante de um dilema: priorizar a segurança do presidente ou evitar os custos elevados que uma nova aeronave traria ao orçamento público.