A capital do Peru, Lima, amanheceu praticamente vazia hoje, dia 5: comércios estavam fechados, aulas foram suspensas e quase não havia transporte público. Militares também foram vistos nas ruas. Tudo por causa de toque de recolher diurno imposto pelo presidente esquerdista Pedro Castillo, que há uma semana evitou processo de afastamento pelo Congresso do país.
O presidente decretou toque de recolher na capital para impedir protestos e tentar conter a greve que se abate pelo país. Atos de violência, incluindo incêndios em postos de pedágio nas estradas, saques em algumas lojas e confrontos entre manifestantes e policiais, foram registrados na segunda-feira em vários pontos do país na primeira greve enfrentada pelo governo Castillo, que assumiu o poder há oito meses. Manifestantes também protestaram pelo aumento no preço de combustíveis e alimentos.
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Castillo anunciou a medida apenas poucos minutos antes da meia-noite de segunda, pela televisão. A medida foi duramente criticada nas redes sociais, e moradores de Lima se viram prejudicados pela falta de transporte público e impossibilidade de ir ao trabalho.
Castillo registra índice de desaprovação de 66%, segundo uma pesquisa do instituto Ipsos. Para tentar reduzir a desaprovação, o governo recentemente eliminou o imposto sobre combustíveis e decretou aumento de 10% do salário mínimo.