Com as ausências do prefeito David Almeida (Avante) e do deputado estadual Roberto Cidade (União Brasil), o debate da TV A Crítica com os candidatos à Prefeitura de Manaus, nesta terça-feira (1º/10) à noite, teve somente a presença de Amom Mandel (Cidadania), Capitão Alberto Neto (PL) e Marcelo Ramos (PT). O trio se aproveitou dos adversários faltosos para se revezarem nas frequentes críticas à gestão do atual chefe do Poder Executivo Municipal e do mandato do presidente da Aleam.
Mediado pelo jornalista Chico Pinheiro, o debate contou com quatro blocos. No primeiro, Amom, Alberto Neto e Marcelo questionaram um ao outro sobre temas livres.
Ramos perguntou para Mandel sobre as propostas para a área da saúde. O deputado federal do Cidadania respondeu informando do seu plano de governo de construção do primeiro hospital municipal; da ampliação do horário de funcionamento das Unidades Básicas de Saúde (UBS); da abertura de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) funcionando 24h, entre outras medidas. Na réplica, Marcelo Ramos voltou a anunciar a proposta do inédito hospital especializado para a população idosa.
Na sua vez, Alberto Neto chamou o ausente candidato Roberto Cidade de “marionete” do governador Wilson Lima (União Brasil) antes de fazer uma pergunta para Ramos.
Amom Mandel lembrou que denunciou a alta cúpula da SSP-AM (Secretaria de Segurança Pública do Estado) sobre um suposto envolvimento com organizações criminosas e perguntou se Capitão Alberto Neto iria tomar medidas como parlamentar sobre a denúncia envolvendo candidatos à Prefeitura de Parintins. O deputado federal da direita bolsonarista disse que protocolou um pedido de intervenção federal após a denúncia.
Mandel questionou também Marcelo Ramos sobre as providências que tomaria caso eleito prefeito de Manaus para evitar a suposta infiltração do crime organizado em instituições, como a Guarda Municipal. Antes de responder, o ex-deputado federal e candidato da federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV) cutucou Amom Mandel, que mencionou novamente a abordagem sofrida em uma blitz de PMs na capital amazonense.
“Você vê que candidatos que querem se colocar como centro do debate. O centro do debate de um processo eleitoral não somos nós”, disse Marcelo Ramos, ao explicar que a segurança pública é de responsabilidade do Governo do Estado.
O tema sobre as forças de segurança em Manaus, que se estendeu às críticas ao Poder Executivo do Amazonas, foi motivo para troca de farpas entre Mandel e Ramos no primeiro bloco. Amom Mandel reclamou que os candidatos de esquerda e de direita não responderam suas questões e que tiveram oportunidades de ajudar a resolver problemas na área da segurança pública e foram omissos.
“Olha, eu até gosto deste jovem [Amom Mandel], mas ele acha que é o centro do universo”, disse Marcelo Ramos na tréplica.
No segundo bloco, os três candidatos à Prefeitura de Manaus responderam temas previamente definidos pela TV A Crítica, em sorteio. A primeira questão foi sobre infraestrutura. Marcelo Ramos lembrou que é necessário parcerias entre município e governo federal para conseguir verbas para “obras mais estruturantes” e citou os legados em Manaus deixados por mandatos do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
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Na sua vez, Mandel afirmou que recursos para ações da Prefeitura de Manaus, na gestão de David Almeida, vieram de acordos com o Estado e que não foram devidamente fiscalizados em relação a aplicação da verba pública pelos poderes legislativos [Assembleia Legislativa do Amazonas-Aleam e Câmara Municipal de Manaus-CMM]. Em seguida, Amom Mandel acusou David Almeida – candidato à reeleição – de falta de transparência na administração municipal.
“Como vereador da cidade de Manaus, tive ali a oportunidade de questionar o prefeito de Manaus quanto a lista de ruas asfaltadas, por exemplo [pelo programa Asfalta Manaus]. Mas, infelizmente, sempre fui boicotado [pela base aliada de David Almeida na CMM]”, relembrou Mandel.
Os outros temas sorteados e debatidos pelo trio de candidatos ao Executivo Municipal, no segundo bloco, foram: cultura, saúde, mobilidade urbana, segurança e empreendedorismo. Neste segundo bloco, houve uma apaziguação entre os adversários presentes no debate da TV A Crítica e mais foco em críticas aos candidatos faltosos, neste caso direcionadas ao atual prefeito de Manaus e ao presidente da Aleam.
No terceiro bloco, ocorreram mais perguntas formuladas entre os candidatos sobre temas livres. E tanto Capitão Alberto Neto quanto Amom Mandel e Marcelo Ramos, entre um anúncio e outro de propostas, se uniram nas falas e argumentos para criticar mais a administração do prefeito David Almeida e os posicionamentos de Roberto Cidade, pela ligação ao governador; por se ausentarem no debate da TV; e também por supostamente usarem a “máquina pública” para favorecimento próprio e de familiares e enriquecimento ilícito.
Pelo quarto e último bloco, o tempo foi reservado para as considerações finais dos três candidatos presentes. Marcelo Ramos foi o primeiro a discursar e voltou a dizer que a “missão de vida” dele é “servir Manaus” e destacou a aproximação com o presidente Lula. Na sequência, por sorteio prévio, falou Capitão Alberto Neto, que fez questão de reclamar dos candidatos faltosos e relacionou o currículo dele e da vice, a empresária e reitora da Fametro, Maria do Carmo Seffair (Novo), para depois exaltar a direita bolsonarista. Já Amom Mandel reforçou a narrativa de ser um candidato independente e sem vínculo a um grupo político ou ideológico e que deseja governar em total benefício da população manauara.