A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) efetuou nesta segunda (30/9) a prisão preventiva do criminoso apelidado de “Novinho do Tinder”: Marcelo Henrique Freitas Fonseca tem 28 anos e aplica golpes seduzindo mulheres pelo menos desde 2017. Os estelionatos cometidos por ele teriam causado prejuízos a 37 mulheres no DF, mas os investigadores suspeitam de que o número de vítimas possa ser até maior e incluir ao menos uma mulher em outro estado.
Aplicativos e sites de relacionamentos eram os meios preferenciais para o estelionatário amoroso fisgar suas vítimas, mas ele também procurava por presas em academias de musculação e bares. Ele seduzia e ganhava a confiança de mulheres após analisar os perfis delas. Emocionalmente frágeis, as vítimas eram convencidas por falsas juras de amor a fazerem uma série de transferências via Pix.
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Marcelo tem origem humilde e divide um casebre com a mãe, em um assentamento na área rural de Brazlândia. Porém, nas redes, se passava por advogado de sucesso com escritórios espalhados pelo país. Ele chegava a dizer às vítimas que comandava empresas especializadas em investimentos na bolsa de valores.
De acordo com os investigadores, após estabelecer breves relacionamentos ou flertes, o golpista convencia algumas vítimas a investir em esquemas financeiros, prometendo retornos triplicados em poucas horas. Porém, ele nunca devolvia os valores investidos.
Para movimentar o dinheiro das mulheres, o golpista utilizava as contas bancárias de outras vítimas, persuadindo-as a emprestar suas chaves Pix, sob a alegação de que sua conta própria estaria bloqueada. O criminoso chegou a criar 122 chaves Pix para consumação dos golpes. Era comum a troca de linhas telefônicas, inclusive com prefixos de outros estados.
Além dos estelionatos, o homem é investigado ainda por furtos diversos, lesões corporais e estupro de vulnerável no contexto da Lei Maria da Penha. Ao menos uma das vítimas relatou à polícia que foi ameaçada pelo criminoso, ao tentar reaver seu dinheiro. Ela disse:
“Ele disse que me mataria e começou a falar que o tio dele trabalhava para o PCC, e fiquei apavorada. Eu disse que não queria mais saber dele, bloqueei todos os contatos.
Ele, de alguma forma, me ligou de outro número e disse pra eu descer do apartamento que ele estaria lá em baixo me esperando. Eu disse que não iria, e mais uma vez ele disse que estava com o tio dele que trabalhava pro PCC dentro do carro e que tinha armas lá. Se eu não fosse com ele, ele me mataria”.
Com informações de Metrópoles.