O deputado estadual Ednailson Rozenha (PMB) voltou a criticar, nesta quarta-feira (25/09), a “morosidade” do governo federal para tomar medidas sobre o problema de navegabilidade das embarcações no interior do Amazonas devido a severa estiagem. Durante sessão na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), o parlamentar alertou que o ápice da seca no Estado será entre 20 e 30 de outubro e que a União encara com normalidade os impactos da vazante histórica dos rios na vida da população das cidades mais isoladas pelo fenômeno climático.
“E parece que o governo federal enxergou essa situação emergencial com um olhar normal, como se fosse algo tranquilo. Emergencial é emergencial. O navio – a estrutura industrial – que irá fazer a dragagem da Costa do Tabocal [no município de Itacoatiara] e a enseada do [rio] Madeira ainda está navegando em oceano, mar aberto, vindo dos Estados Unidos e com previsão de chegada no meio de outubro [dia 13 do próximo mês]. Será que nós vamos ter viabilidade técnica para fazer essa dragagem?”, questionou Rozenha.
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O deputado estadual do PMB lembrou que comunidades do interior já sofrem com os efeitos da estiagem e enfrentam dificuldades até para ter acesso a água potável. Desde abril, o Governo do Amazonas emitiu um aviso sobre a possibilidade do Estado entrar em colapso devido à previsão de forte estiagem, em 2024.
“Me incomoda deixar a água bater no pescoço para se tomar providências. As coisas são morosas, são lentas, e a fome e a inviabilidade logística e grande seca no interior do Amazonas não espera por ninguém […] A situação do homem do interior se agrava todo dia e nós nesta Casa [Legislativa] estamos falando disso desde o ano passado. Desde o ano passado que a gente alerta para que providências emergenciais contundentes sejam tomadas em relação a amenizar o sofrimento do homem do interior. Não dá para fazer isso só com os municípios, não dá para fazer isso só com Governo do Estado, isso requer ajuda federal e quiçá internacional”, disse Rozenha.
O parlamentar também afirmou que a estiagem no Amazonas se transformou em uma “crise humanitária”. Rozenha detonou mais uma vez uma suposta falta de celeridade do governo Lula. Ele declarou não vislumbrar “movimentações contundentes, atuantes e firmes” do ente federal para o enfrentamento dos problemas de logística e abastecimento, por exemplo, causados pela descida acelerada das águas dos rios.