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Participação feminina é necessária nas eleições, mas representatividade ainda é baixa

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Uma representatividade feminina fortalece e espelha na sociedade o aumento de políticas voltadas para as mulheres. A eficiência na criação de políticas públicas, interesses e necessidades promovem, ainda mais, acesso à renda, melhores condições de trabalho, valorização das mães no mercado de trabalho, capacitação profissional e combate às desigualdades.

Mais mulheres na política significa garantia eficácia democrática para atender todas as necessidades especificas, priorizando temas e assuntos sérios, como combate à violência contra a mulher, saúde, educação e entre outros.

Consultada pela reportagem da Rede Onda Digital, a cientista social Paula Ramos, fez uma análise sobre a participação e a representatividade feminina nas eleições no decorrer do tempo.

Vale reforçar que, o voto feminino no Brasil foi reconhecido em 1932 e incorporado à Constituição de 1934, mas era facultativo. Em 1965, tornou-se obrigatório, sendo equiparado ao dos homens.

“Historicamente, desde o período da democratização do Brasil, sempre houve uma baixa representatividade feminina.  Apesar de que, as mulheres foram fundamentais na própria construção da constituição cidadã. Diversos movimentos urbanos foram organizados sobre infraestrutura, segurança, educação no qual as mulheres foram participantes e lutavam por essas pautas’’, explica a especialista.

Um marco histórico, sendo fundamental até mesmo para o desenvolvimento da constituição de 88. “Por isso ela e considerada a constituição cidadã por conta dessa representatividade feminina dentro dos movimentos sociais”, complementa.

Se dermos um pulo na história, atualmente, conforme os dados mais recentes do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as mulheres representam a maioria do eleitorado brasileiro. Elas somam mais de 81,8 milhões de eleitoras, o que equivale a 52,47% do total.

Participação Nacional e Local 

Porém, a realidade ainda está caminhando para uma representatividade. A inclusão da mulher na política segue aos poucos mostrando seu espaço com dificuldades e barreiras. Por exemplo, em âmbito nacional, a representatividade feminina chega a ser apenas 15% e 12%, na Câmara dos Deputados e o Senado Federal, respectivamente.

Lembrando que, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que divulgou os percentuais de candidaturas nas eleições municipais deste ano, mostram do total de 456.310 candidaturas registradas, 155 mil são de mulheres e 301.310 são de homens.

Se formos analisar esse quantitativo feminino para Manaus, o índice chega a ser menor. Como por exemplo, na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), dos 24 deputados estaduais, apenas 5 são mulheres. Dos 41 vereadores que compõem a Câmara Municipal de Manaus (CMM), 4 são mulheres.

“O espaço público, a esfera pública, a esfera política, esse é o espaço do homem. Então em razão disso, a organização politica que se reuniu na sociedade brasileira permanece após o período da redemocratização. Por isso a gente observa índices muito diferentes em questão de proporção daquelas mulheres eleitas a cargos políticos em comparação aos homens eleitos”, explica.


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Apesar da campanha eleitoral está a todo vapor para eleger novos candidatos. Devido a grande diferença proporcional, parte do eleitorado feminino decide votar em candidatos masculinos, seja pela ausência de candidatas mulheres, falta de assuntos ou pautas relevantes para as mulheres e assim por diante.

Para mudar essa realidade, é preciso estimular mais candidaturas femininas, especialmente de mulheres negras, indígenas e de identidades LGBTQIA+. Mas ainda é preciso a conscientizar as eleitoras para que saibam escolher seus representantes, de acordo com suas propostas e ideologias.

“Então as pautas femininas elas ainda são minoria. Mas a gente já consegue observar em razão das lutas, dos movimentos feministas que apesar de tudo isso a gente consegue observar muitas pautas nas quais a questão do gênero ela é posta como uma problemática importante”, reforça a cientista social.

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