A comediante Tatá Mendonça, 31 anos, está denunciando um suposto crime de importunação sexual de um colega durante uma apresentação. O vídeo do momento está viralizando nas redes sociais.
A apresentação aconteceu no sábado (14/9), em São Paulo. Tatá Mendonça tem deficiência visual, e está no elenco do especial Falas de Acesso, que vai ser exibido na Globo na próxima segunda-feira (23).
Ela estava se apresentando em uma casa de shows, com duas sessões esgotadas, e atendeu ao pedido do seu editor de vídeos para abrir o show. O editor e também comediante Cadu Moura, e todo o elenco, subiram ao palco. Nas imagens, pode-se ver Cadu tocando Tatá nas costas, e então desce a mão. Veja abaixo:
Leia mais:
Médico é preso em Anápolis por assédio e importunação sexual conta quatro mulheres
Tatá disse:
“Ele edita [vídeos] para mim há um ano e meio. Meu contato com ele é só por telefone, não sou próxima. Nas duas primeiras vezes, ele foi com a mulher dele e foi tudo bem”.
Ela continuou:
“E aí ele pôs a mão… Quando ele desceu a mão, eu já engoli seco. Foi quando ele começou a pegar de fato, como se não tivesse ninguém ali. E eu sou extremamente tímida, eu era atleta paralímpica e saí do esporte por conta dos assédios. E aí ele começou a apertar e balançar”.
Como não ouviu ninguém se manifestar, Tatá teve esperança que fosse uma amiga que tivesse lhe tocando e pedindo silêncio à plateia, com o intuito de fazer graça. Mas depois ela percebeu que era ele a tocando. Ela disse:
“Quando eu peguei a mão que senti que era ele. Nossa, acabou. Acabou para mim. Minha vontade era, sei lá… Gritar.
Eu catei a mão dele, apertei e fui colocando para o lado. Só que assim, aí já desfaleci. A alma já tinha ido embora do corpo. [Aí] eu até fui bruta. Porque na hora que o outro menino pegou e foi tocar em mim. Eu falei, ‘que tanto pega em mim. Que coisa'”.
Na segunda-feira (16), Tatá foi até a Delegacia da Pessoa com Deficiência, em São Paulo, e registrou boletim de ocorrência. Ela anexou o vídeo à denúncia. A polícia instaurou inquérito para apurar o caso.
Para concluir, Tatá afirmou:
“Eu acho que agora eu estou um pouco mais forte porque o vídeo fala por mim, né? Eu acho que o pior sentimento é a gente ter que ficar falando, se reafirmando. Com o vídeo, as pessoas veem. Eu sou uma pessoa cega total. As pessoas que me disseram: ‘Fique tranquila’. Então isso me deu muita força.
Mas e quem não tem o vídeo? Eu estou chocada. É uma violência acima de tudo com o meu trabalho, sabe? […] Eu fui para casa do mesmo jeito que toda mulher [que sofreu importunação sexual] vai. Destruída, humilhada, porque é a pior humilhação do mundo”.
Cadu foi procurado pela imprensa para dar a sua versão. Ao site UOL, ele afirmou que não vai se pronunciar publicamente neste momento.
Com informações de UOL.