O ex-policial penal Jorge Guaranho, acusado de matar o guarda municipal Marcelo Arruda, foi liberado com habeas corpus na quinta-feira (12/9). Ele será colocado em prisão domiciliar e vai ser monitorado por tornozeleira eletrônica. O crime aconteceu em 2022: Guaranho invadiu a festa de aniversário de Arruda, temática com fotos e decoração do PT e de Lula, e acabou matando o petista.
Desde sua alta hospitalar após o crime, Guaranho está preso no Complexo Médico Penal, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Segundo a defesa, a prisão domiciliar foi solicitada para que o réu possa realizar tratamento de saúde. Samir Mattar Assad, advogado do detento, ressaltou que a decisão da Corte reconheceu “a urgência no atendimento médico do nosso cliente, que sofreu graves sequelas desde sua prisão”.
O advogado disse à imprensa:
“Jorge Guaranho agora poderá realizar o devido tratamento em sua residência, acompanhado por seus familiares, enquanto segue monitorado eletronicamente. Tal medida visa preservar sua integridade física, assegurando ao mesmo tempo que ele continue à disposição da Justiça”.
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A assistência de acusação declarou que recebeu decisão da Justiça “com angústia”. O escritório Botelho e Raffaelli Boito Advocacia, que representa a família de Arruda, emitiu comunicado que diz:
“A família da vítima já não suporta tamanho sofrimento, seja pela ausência de Marcelo, ou, ainda, por não ver o seu assassino cumprindo pena pelo crime tão brutal que decidiu praticar”.
O júri de Jorge Guaranho foi remarcado para 11, 12 e 13 fevereiro de 2025. Ao menos 12 pessoas serão ouvidas como testemunhas, e o júri será realizado em Curitiba e não em Foz do Iguaçu, onde o crime aconteceu.
O Ministério Público do Paraná vai pedir condenação por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e perigo comum. Na denúncia, a Promotoria viu como motivação fútil a “preferência político-partidárias antagônicas dos envolvidos” e disse que o réu colocou a vida de outras pessoas em risco ao atirar.
Relembre o caso
Marcelo Arruda foi morto em 9 de julho de 2022, enquanto comemorava o seu aniversário de 50 anos. Ele era um conhecido militante do PT de Foz do Iguaçu e a festa era temática do partido, com fotos de Lula e símbolos do PT.
O agente penitenciário federal Jorge Guaranho, apoiador de Jair Bolsonaro (PL), invadiu o evento. Aos gritos de “Bolsonaro” e “mito”, segundo relataram testemunhas, o homem ameaçou os presentes e saiu. Arruda foi até seu carro para pegar a arma, temendo que Guaranho voltasse.
Algumas horas mais tarde, Guaranho voltou e iniciou uma troca de tiros com Arruda. Os dois foram atingidos, e o petista morreu no local. Era casado e tinha quatro filhos – entre eles uma menina de seis anos e um bebê de apenas um mês.
Guaranho passou alguns dias na UTI devido aos ferimentos, mas sobreviveu. Ele é réu por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil perigo comum.
Com informações de UOL.