Após reunião com o governador Wilson Lima (PSC), o ministro da Economia, Paulo Guedes, e representantes da indústria do Amazonas nessa quarta-feira (9) em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu retirar as indústrias instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) do decreto que estabelece a redução de 25% no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
A medida, divulgada na semana retrasada, resultou em mobilização do Executivo e do Legislativo amazonense na defesa da competitividade do modelo Zona Franca de Manaus.
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Em coletiva realizada na desta quinta-feira (10), Wilson afirmou que Bolsonaro deverá vir a Manaus para assinar uma versão editada do decreto garantindo a isenção das indústrias associadas ao Processo Produtivo Básico (PPB). A informação foi divulgada pelo deputado estadual Adjuto Afonso (PDT) durante sessão da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
“O decreto poderia resultar em uma catástrofe geral, porque as empresas que têm os mesmos benefícios da Zona Franca iriam se deslocar para o grandes centros com logística melhor”, explicou. “Não temos outra alternativa (fora a ZFM). O que se produz aqui é dividido com os municípios”, acrescentou Afonso.
Estratégia
Durante a sessão, parlamentares fizeram elogios ao empenho da bancada amazonense e do governador pela manutenção das isenções da ZFM, além de parabenizar a decisão do presidente Bolsonaro de reconsiderar a medida.
“Entendemos a situação do aquecimento da economia no país, mas sem atingir a Zona Franca de Manaus. É o governo federal com olhos para o Amazonas, o que nunca aconteceu antes”, declarou o Delegado Péricles (PSL).
“Sem bravatas, o governador Wilson Lima conduziu a questão de forma serena e tranquila, indo com entidade representativas ao presidente no sentido de apelar em nome da família amazonenses e de um projeto bem-sucedido, e com consequente distribuição de renda para os menos favorecidos”, disse Belarmino Lins (PP).
Já o deputado Serafim Corrêa (PSB) avaliou que a decisão de Bolsonaro é uma estratégia para obter apoio nas eleições de outubro.”É importante que o governo federal tenha voltado atrás. Mas é preciso dizer que esse era o compromisso do governo federal antes da quinta-feira de Carnaval”, contrapôs.
“Na sexta-feira, o decreto foi publicado sem excetuar a ZFM e o Paulo Guedes viaja a Nova Iorque para passar o feriado. Infelizmente, vejo um gesto eleitoreiro por parte do presidente da República. Por que? Antes estava combinado de que seria assim (manter a competitividade do PIM)”, argumentou Serafim.