O fisiculturista Bruno Roberto teria lamentado o desperdício de anabolizantes após aplicar em Djidja Cardoso, a ex-sinhazinha do Boi Garantido, horas antes dela morrer.
“Ele ficou triste pelo fato dela [Djidja Cardoso] ter morrido justamente quando iniciou os protocolos de anabolizantes”, é o que revela o trecho do depoimento de Claudiele Santos, uma das acusadas por uso e fornecimento de Ketamina durante rituais da Seita Pai, Mãe, Vida, que resultou na morte da ex-sinhazinha, no dia 28 de maio deste ano.
Bruno era ex-noivo de Djidja e, segundo a polícia, fazia parte do esquema e era responsável por comprar, prescrever e aplicar o medicamento. “Bruno aplicava Ketamina na própria Djidja, inclusive, no período em que ela estava mais debilitada (…) Ele teria injetado anabolizantes no corpo de Djidja, mesmo com conhecimento de que a mesma estava em estado deplorável de saúde”, diz outro trecho do depoimento de Claudiele.
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A polícia teve acesso a vídeos no celular do fisiculturista após a justiça autorizar a quebra do sigilo telefônico. Em um dos arquivos, Bruno aparece deixando um frasco de Ketamina, em cima da cama do Ademar Cardoso, irmão de Djidja, e cobre com um lençol como se tivesse cobrindo uma pessoa, uma forma de fazer piada com a situação.
Em outro vídeo, Bruno aparece manipulando o medicamento para transformá-la do estado sólido ao em pó.
A polícia afirma ainda, que, o fisiculturista filmou Djidja segurando um frasco de ketamina, na noite em que ela faleceu, “em completo estado de vulnerabilidade, sem que apresentasse qualquer discernimento para reagir a qualquer comando”.
A autoridade policial acredita que Bruno preferiu filmar em vez de socorrê-la, no intuito, de “possivelmente utilizar [as imagens] como defesa em caso de morte da vítima.
Relembre o caso
Djidja Cardoso foi encontrada morta, por overdose de Ketamina, no dia seguinte às filmagens de Bruno Roberto, no dia 28 de maio, dentro da própria casa, na Cidade Nova, zona Norte de Manaus.
Ao todo, 10 pessoas foram denunciadas pela Justiça do Amazonas por tráfico de drogas e associação para o tráfico, entre elas, a mãe e o irmão de Djidja, Cleusimar e Ademar, respectivamente, além de Bruno Roberto.
A primeira audiência de instrução sobre o caso está marcada para esta quarta-feira (04/09), em Manaus.