O ex-policial Ronnie Lessa, atualmente preso na penitenciária de Tremembé, em São Paulo, prestou depoimento virtual nesta terça-feira (27/08) no âmbito da ação penal movida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra os envolvidos no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 2018, no Rio de Janeiro. O depoimento foi conduzido por um juiz auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, que é o relator do processo.
A oitiva, que começou por volta das 13h, ocorreu sem a presença dos réus, conforme pedido da defesa de Lessa, que já confessou o crime e firmou um acordo de delação premiada. Durante o depoimento, Lessa reiterou suas declarações anteriores, acusando os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão como os mandantes do crime. Domingos Brazão é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ), e Chiquinho Brazão, deputado federal (Sem Partido-RJ).
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A Procuradoria-Geral da República (PGR), responsável pela acusação, incluiu Lessa como uma das principais testemunhas no processo. Além dos irmãos Brazão, outros réus incluem o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, e o major da Polícia Militar, Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos estão presos e respondem pelos crimes de homicídio e organização criminosa.
O processo, que já ouviu cerca de 70 testemunhas, caminha para a fase final, onde os depoimentos dos réus serão tomados. No início deste mês, a ex-assessora de Marielle Franco, Fernanda Chaves, também prestou depoimento. Ela sobreviveu ao ataque e revelou que Marielle, ao ser atingida pelos disparos, impediu que ela fosse ferida.