A audiência pública na Câmara Municipal de Manaus (CMM), na tarde de quarta-feira (21/08), sobre o Plano de Ação Climática para a capital amazonense teve a presença de apenas um vereador dos 41 que integram a Casa Legislativa. O único parlamentar no plenário Adriano Jorge foi, justamente, o responsável em convocar o debate na CMM, Rodrigo Guedes (Progressistas).
Para o vereador, o desinteresse dos colegas de parlamento pela audiência não o surpreendeu em razão do tema em discussão. Mas Guedes esperava pelo menos o comparecimento de outros dois parlamentares pela relevância da pauta em uma cidade como Manaus. Em 2023, a capital do Amazonas apresentou uma das piores qualidades de ar do mundo pela poluição atmosférica causada por queimadas no Estado.
O debate sobre mudanças climáticas na CMM com ativistas, pesquisadores, estudiosos e representantes da Prefeitura de Manaus começou às 13h45. Poucas horas após o encerramento da última sessão plenária da semana na Casa.
“Particularmente, não me surpreendeu não [a ausência dos outros 40 vereadores]. Porque, infelizmente, isso é uma realidade nessas discussões na Câmara. Eu esperava que pelo menos um ou dois [parlamentares] fossem para participar da discussão. Eu considero a discussão [sobre mudanças climáticas e o plano de contingência do Executivo Municipal] importante porque teve muitas contribuições, muitas pessoas que passaram informações bem importantes. Pesquisadores, estudiosos, ativistas, pessoas que compreendem bastante do assunto. Então, não foi uma discussão vazia. Pelo contrário, foi muito rica de informações que vão basear, inclusive, estratégias nossas de atuação parlamentar para essa questão climática”, disse Rodrigo Guedes à Rede Onda Digital.
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Liderança indígena e candidata a vereadora, Vanda Witoto (Rede), foi uma das palestrantes na audiência pública. Nas redes sociais, ela também criticou nesta quinta-feira (22/08) a ausência de quase todos os parlamentares da Câmara Municipal para discutir a pauta e cobrar providências da Prefeitura de Manaus.
Witoto ainda reclamou da morosidade da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Mudança do Clima (Semmasclima), órgão do Poder Executivo, em elaborar um plano de ações para as mudanças climáticas diante de um iminente impacto social, principalmente, na população de baixa renda de Manaus. A candidata à CMM nas eleições deste ano acusou a Semmasclima de violar a legislação ambiental.
“A crise climática é uma pauta abandonada por esta Câmara Municipal, pela prefeitura e pela própria SEMMAS Clima, que choca diretamente com a Lei 254 de 01/12/2010, a Lei Municipal de Combate ao Clima Global é às Mudanças Climáticas, ao derrubar 132 árvores para a construção da nova sede [no Parque Ponte dos Bilhares]”, disse Vanda Witoto, em um trecho da publicação.
“O que os políticos não entenderam ainda é que sem políticas e combate às mudanças climáticas, nossa população enfrentará graves problemas de saúde e abastecimento de água e comida. E, ainda, a ardência da sensação térmica de 49 a 50 graus nas periferias, impactará diretamente na qualidade de vida dessas pessoas, que muitas vezes sequer tem um ventilador em casa”, acrescentou.