De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Amazônia está em chamas, e a temporada atual tem o maior número de focos de queimadas em 17 anos. A situação é agravada pela seca, que atualmente está castigando mais de mil cidades no país.
A floresta registrou 59 mil focos de fogo desde janeiro. O número, que é o maior desde 2008, pode aumentar, já que o levantamento é feito mês a mês e agosto ainda não terminou.
O Inpe constatou que a fumaça proveniente das queimadas está viajando milhares de quilômetros e já afeta 10 estados.
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Estudiosos apontam que a fumaça das queimadas da Amazônia se soma ao que vem do Pantanal, além de incêndio no Parque Guajará-Mirim, em Rondônia, e ainda da Bolívia. Isso forma um “corredor de fumaça” sobre o país. Até o momento, há registros de fumaça nos seguintes estados:
- Rio Grande do Sul
- Santa Catarina
- Mato Grosso do Sul
- Mato Grosso
- Acre
- Rondônia
- Oeste do Paraná
- Parte de Minas Gerais
- Trechos de São Paulo
- Amazonas
Conforme o Inpe, só no mês de agosto foram registrados mais de 22 mil focos de incêndio na Amazônia Legal. Em comparação com o ano passado, por exemplo, o número era de 12 mil. No restante do país, o cenário também não é favorável.
Para agravar a situação, a seca serve como ignição para os focos de incêndio, somando-se às queimadas ilegais. Geralmente, a estiagem acontece de agosto a outubro, mas o pico acontece em setembro, quando sentimos mais os impactos. No entanto, meteorologistas explicam que ela chegou antes do previsto, ainda em julho, em consequência do fenômeno El Niño de 2023.
Dados recentes revelam que, de fato, houve uma redução de 45% no desmatamento na Amazônia no último ano, entre agosto de 2023 e julho de 2024. O número é um recorde em termos de preservação e representa o menor índice de perda do bioma registrado desde o início da série histórica, que começou em 2015.
Então, por que está surgindo mais fogo, se há menos desmatamento? Segundo o pesquisador do Inpe, Luiz Aragão, que atua no monitoramento de queimadas, apesar da redução, o desmatamento ainda continua, e as áreas desmatadas anteriormente continuam sendo afetadas pelo fogo. Ele explica:
“A Amazônia tem mais de 800 mil quilômetros quadrados de áreas desmatadas, a maioria utilizada para pastagem. Portanto, quem está nessas áreas continua utilizando o fogo para o manejo do pasto, o que aumenta a incidência de queimadas, somando-se às novas invasões. Ou seja, não basta apenas reduzir o desmatamento, é necessário monitorar o que acontece com as áreas já destruídas”.
Com informações de Metrópoles.