De acordo com fontes ligadas à segurança pública do estado de São Paulo, Marcos da Silva, o criminoso conhecido como “Lúcifer”, enlouqueceu numa prisão estadual. Ele ganhou fama ao confessar que cometeu 50 assassinatos brutais dentro de presídios de São Paulo, e que suas vítimas foram principalmente membros do Primeiro Comando da Capital (PCC).
Preso pela primeira vez em 1995, aos 18 anos, por furto e roubo, Marcos da Silva entrou para o PCC pouco depois de ser encarcerado. Aos 19 anos, ele já era um integrante ativo da maior facção criminosa da América do Sul, e teria cometido ações violentas dentro do sistema carcerário.
Em 2013 ele rompeu com o PCC, alegando que a organização havia se desviado de seus princípios originais e que estaria voltada apenas para o lucro. Seu desligamento deu início a uma onda de terror nas penitenciárias.
Leia mais:
Em Atibaia, tesoureiro do PCC é fuzilado após ser beneficiado com “saidinha”
Após ter habeas corpus negado, líder do PCC “presenteia” advogada com coroa de flores
De acordo com a desembargadora Ivana David, do Tribunal de Justiça de São Paulo, Lúcifer passou a ver o PCC como um inimigo a ser exterminado. O criminoso acabou fundando a Irmandade de Resgate do Bonde Cerol Fininho, visando especificamente membros do PCC como alvos. O nome “Cerol Fininho” faz referência à prática de usar linhas cortantes, misturadas com vidro e cola, para ferir os oponentes, uma alusão às execuções brutais promovidas pelo grupo.
Em fevereiro de 2015, na Penitenciária 1 de Presidente Venceslau, guardas prisionais encontraram os corpos mutilados de Francinilzo Araújo de Souza e Cauê de Almeida, com os abdômens abertos, vísceras arrancadas e cabeças decepadas. Os crimes, como outros tantos cometidos por Lúcifer, também seguiam um ritual macabro: após a execução, o assassino escrevia “Cerol Fininho” nas celas com o sangue das vítimas.
Outro crime brutal atribuído a Lúcifer foi o massacre de cinco detentos na Penitenciária de Serra Azul, em 2011. Durante a execução, ele gritava que gostaria de matar ainda mais. Em outro episódio, Lúcifer e seus comparsas fizeram reféns vários agentes penitenciários e usaram um estilete artesanal para decapitar suas vítimas.
Apesar do rompimento, investigação relativa à Operação Echelon, que em 2017 prendeu 75 líderes do PCC em 14 estados, revelou que o próprio PCC tentou contratar Lúcifer para assassinar José Roberto Fernandes Barbosa, o “Zé Roberto da Compensa”, chefe da Família do Norte (FDN), organização rival do PCC no tráfico de drogas em Manaus. A intervenção das autoridades acabou fazendo com que o plano falhasse.
Hoje, com penas acumuladas de 217 anos e três meses de prisão, Lúcifer continua uma figura assustadora no sistema prisional brasileiro. Ele é constantemente transferido de unidade para unidade, e sua presença em qualquer prisão causa pânico entre presos e agentes carcerários.
Com informações de Metrópoles.