Nesta quarta (7/8), o presidente do Chile, Gabriel Boric, não mediu palavras para comentar a situação na Venezuela: Para jornalistas, em frente ao Palácio de La Moneda, Boric afirmou não reconhecer a reeleição do ditador Nicolás Maduro, confirmada pelo órgão eleitoral do país na semana passada.
Ele também disse ter certeza de que a demora de Caracas para levar a público as atas das eleições presidenciais do último dia 28 tem como objetivo fraudar o pleito. Veja abaixo:
No vídeo, Boric afirma:
“Não tenho dúvidas de que o regime de Maduro tentou cometer uma fraude. Do contrário, teriam divulgado as famosas atas. Por que não as divulgaram? Se tivessem vencido, certamente teriam feito isso.
Quero ser claro: o Chile não reconhece a vitória autoproclamada de Maduro. Não confiamos, além disso, na independência e na imparcialidade das instituições eleitorais da Venezuela. O que defendemos como país é que não validaremos resultados que não tenham sido verificados por órgãos internacionais independentes do regime”.
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As declarações de Boric acontecem um dia após o brasileiro Lula deixar o país: nos últimos dias, o mandatário brasileiro visitou Santiago para assinar acordos bilaterais com o Chile. Segundo interlocutores, os dois presidentes não teriam debatido o tema da Venezuela em profundidade.
As atas eleitorais do pleito de 28 de julho na Venezuela teriam sido entregues à Suprema Corte do país – alinhada a Maduro – na segunda (5), mas não foram divulgadas publicamente até o momento.
Porém, dias antes a oposição disponibilizou na internet o que afirma ser 80% do total de atas das eleições, segundo ela coletadas por observadores no dia da eleição. Estas mostram a vitória do candidato opositor, o ex-diplomata Edmundo González, com 67% dos votos contra 30% de Maduro. Tanto a contagem de votos feita pela coalizão opositora quanto a veracidade das atas divulgadas foram confirmadas por organizações independentes.
Com informações de Folha de S. Paulo.