O Brasil aceitou assumir a representação dos interesses diplomáticos da Argentina e do Peru em Caracas, capital da Venezuela, após o rompimento de relações entre esses países e o governo de Nicolás Maduro.
A Argentina e o Peru romperam relações diplomáticas com a Venezuela em decorrência da proclamação de Maduro como vencedor da eleição presidencial realizada no domingo (28/7). O resultado da eleição tem sido amplamente contestado pela oposição a Maduro e não foi reconhecido por vários países.
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A decisão brasileira inclui a proteção de seis colaboradores da líder opositora María Corina Machado que se encontram asilados na residência diplomática argentina da capital venezuelana.
As relações entre Venezuela e Argentina se tornaram ainda mais tensas após o presidente Javier Milei endurecer contra Maduro, culminando na expulsão de diplomatas argentinos de Caracas. Diante das tensões e da possibilidade de invasão da residência diplomática argentina, o Brasil foi solicitado a intervir, assegurando a segurança dos asilados e evitando uma crise internacional. A embaixada brasileira também fornecerá serviços consulares aos cidadãos argentinos em território venezuelano.
No X, María Corina agradeceu a decisão brasileira.
A medida serve como uma colaboração entre Brasília e Buenos Aires num momento em que não existe diálogo entre Milei e o mandatário brasileiro Lula. Além disso, ainda serve como uma tentativa brasileira de manter diálogo com Maduro.
Maduro expulsou também diplomatas de outros cinco países, após contestarem a vitória dele na eleição presidencial da Venezuela: Chile, Costa Rica, Panamá, República Dominicana e Uruguai.
Não se descarta no futuro próximo que outras representações diplomáticas passem a ser protegidas pelo Brasil.
Com informações de Metrópoles e Folha de S. Paulo.