O governador de Roraima, Antonio Denarium (PP), e o comandante-geral da Polícia Militar, Miramilton Goiano foram citados em depoimentos relacionados ao assassinato de dois agricultores por disputas de terra, no interior do estado. Diante do caso, o Ministério Público do Estado de Roraima (MP-RR) pediu o desmembramento da investigação.
Em abril deste ano, os agricultores Flávia Guilarducci de Souza, de 50 anos, e Jânio Bonfim de Souza, de 57 anos, foram brutalmente assassinados em Cantá, uma cidade do interior de Roraima. De acordo com as investigações da Polícia Civil, pelo menos cinco pessoas estão envolvidas no crime, que teria sido motivado por disputas de terras. Atualmente, duas pessoas estão presas.
Durante seu interrogatório, Helton John da Silva, capitão da Polícia Militar e um dos investigados, revelou que contatou o comandante-geral da PM logo após o incidente. Segundo Helton, o comandante o instruiu a trocar de celular e aguardar as investigações. Além disso, Helton mencionou que Tiago Porto, irmão de outro investigado, Caio Porto, visitou o Palácio Senador Hélio Campos para conversar diretamente com o governador Antonio Denarium.
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O pedido do Ministério Público
No pedido de investigação, o MP-RR destacou:
“Extrai-se que o investigado Helton John mencionou em seu interrogatório que, após os crimes de homicídio, ligou para o Comandante Geral da PMRR e lhe contou a respeito dos fatos, momento em que foi instruído a trocar de celular e aguardar as investigações. Da mesma forma, relatou que Tiago Porto, irmão do investigado Caio Porto, esteve no Palácio do Governo para conversar com o Governador do Estado, Antônio Denarium, e que a referida autoridade teria feito contato com a Delegada Geral da Polícia Civil, solicitando para o caso ser resolvido diretamente com Tiago”.
O MP-RR argumentou que houve, em tese, uma tentativa de intervir nas investigações por parte do governador. No entanto, até o momento, não há outras informações que corroborem essa tentativa.
Visando dar continuidade ao processo e focar nos investigados com foro especial, o MP-RR solicitou à 2ª Vara do Tribunal do Júri que o processo fosse remetido ao Tribunal de Justiça de Roraima e ao Superior Tribunal de Justiça.
com informações de O Antagonista