A Justiça do Amazonas decretou, nesta segunda-feira (22/7), a prisão do delegado Ericson de Souza Tavares, suspeito de cometer extorsão. O pedido foi feito pelo Ministério Público do Amazonas na semana passada, após ele publicar nas redes sociais um vídeo com palavrões e gesto obsceno.
O pedido de prisão foi determinado pela desembargadora Luiza Cristina Nascimento da Costa Marques, do Tribunal de Justiça do Amazonas.
Ericson foi preso em flagrante em março, com outros nove policiais, em Manacapuru (a 86 quilômetros de Manaus), por suspeita de extorsão mediante sequestro, porte ilegal de arma de fogo e associação criminosa.
No mês passado, a Justiça mandou soltar o delegado e, logo após, ele publicou um vídeo nas redes sociais em que debochava das autoridades. O Ministério Público do Amazonas (MPAM) fez um novo pedido de prisão informando que no vídeo o delegado “zomba” da situação e motivou o órgão a pedir a prisão dele novamente.
Na decisão desta segunda-feira, a desembargadora revoga a liminar que mandou soltar o delegado e decretou a prisão preventiva dele.
“Ante o exposto, em consonância com o parecer ministerial de fls. 338-344, conheço e denego a ordem de habeas corpus, impetrada em favor de Ericson de Souza Tavares e, consequentemente, revogo a liminar concedida às fls. 348-351 e decreto a prisão preventiva do Paciente, com fulcro no art. 312 do Código de Processo Penal”, diz trecho da decisão.
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Na decisão, a desembargadora determina que o delegado deverá ser levado para um local “próprio para os agentes públicos, na cidade de Manaus, seguindo as normas estabelecidas pela Secretaria de Segurança Pública”.
No documento do MP, assinado pela procuradora Neyde Regina Demosthenes Trindade e o procurador Igor Starling Peixoto, além de dois promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), pediu que ele seja afastado do cargo e citam o poder de influência e que faz parte de uma “associação criminosa” e que estando em liberdade, pode trazer riscos à sociedade ou ordem pública.
“Não se pode ignorar o fato de que Ericson de Souza Tavares é delegado da Polícia Civil, o qual detém poder e influência inerentes ao cargo público. Tal circunstância somada à publicação de vídeo nas redes sociais, em que escarnece do Poder Judiciário, cria medo nas vítimas e frustração nos agentes públicos que procederam à prisão do ora Paciente, temendo, inclusive, pelo êxito da sequência da investigação”, alegou o MP.