A Justiça do Amazonas condenou o humorista Leandro Hassum a indenizar em R$ 20 mil as irmãs Gabrielle Kirk Maddy Lins e Isabelle Kirk Maddy Lins por chamá-las de “burras” em rede nacional. A sentença foi proferida na segunda-feira (15/07) e determina que Hassum também faça uma retratação pública em suas redes sociais sobre as falas ofensivas.
A fala de Hassum ocorreu em 22 de janeiro de 2021, no programa “Encontro com Fátima Bernardes”, da TV Globo. Durante a atração, os participantes discutiam uma investigação do Ministério Público do Amazonas (MPAM) sobre possíveis irregularidades na fila de vacinação contra a Covid-19 em Manaus, quando Gabrielle e Isabelle Lins foram mencionadas.
As médicas, que são gêmeas, contratadas poucos dias antes da vacinação, se envolveram na polêmica ao compartilharem nas redes sociais imagens recebendo a primeira dose da vacina. Elas foram acusadas de “furar a fila” por serem filhas dos donos da Universidade e Hospital Nilton Lins, que tinha contrato com a prefeitura para o funcionamento de uma Unidade Básica de Saúde (UBS).
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A manifestação de Hassum ocorreu quando a apresentadora Fátima Bernardes perguntou sua opinião sobre as imagens das irmãs recebendo o imunizante. Ele respondeu: “Quando eu vejo que posta eu já acho burra. A primeira coisa que me vem é que é burra. Burra. Né, amor. Na boa, quer fazer besteira, para quê posta? ‘Olha eu fazendo besteira aqui gente’”, disse o humorista.
As irmãs afirmaram que, após as declarações de Hassum, receberam diversos ataques nas redes sociais, ficaram conhecidas como “médicas burras, que tinham furado a fila da vacina” e até hoje sofrem com as consequências da ofensa. Elas pediram que Hassum fosse condenado a pagar R$ 50 mil a cada uma delas e a fazer uma retratação pública nas redes sociais.
De acordo com a decisão da Justiça, cada médica receberá R$ 10 mil como compensação pelos danos à honra e à vida pessoal e profissional. O pedido de segredo de Justiça foi negado pela juíza Ida Maria Costa de Andrade, mantendo a publicidade do processo. Além da indenização, as médicas solicitaram uma retratação pública nas redes sociais do réu.