O diretório estadual do partido Rede Sustentabilidade (Rede) no Amazonas anunciou neste sábado (13/07) apoio ao pré-candidato a prefeito de Manaus, Marcelo Ramos (PT). O evento que selou a união para a disputa pela cadeira de chefe do Executivo municipal contou com a presença da liderança feminina indígena Vanda Witoto.
O evento levantou um suposto conflito entre Psol e Rede, partidos que anteriormente se uniram, e atualmente parecem estar enfrentando desentendimentos internos. Com a união da Rede à Federação Brasil da Esperança (PT, PCdoB e PV), Ramos destacou que o Psol é o único partido desalinhado no campo da esquerda progressista, mas seguirá com o diálogo em busca do apoio.
“Hoje nós só temos um partido desalinhado disso [campo esquerda progressista] que é o Psol, mas nós respeitamos o posicionamento do Psol, a liberdade e autonomia que o Psol tem de apresentar uma candidatura […], mas agora vamos passar para um diálogo com eles para que eles possam compreender que o momento político não permite uma divisão desse campo progressista democrático”, destacou Ramos.
Em maio, o Psol enfrentou um conflito interno com dois possíveis pré-candidatos à prefeitura, Marcelo Amil e Natália Demes, a partir de uma decisão interna que ascendeu Demes à pré-candidata única pela sigla, mesmo sob acusações de Amil sobre a prática de improbidade administrativa na empresa onde Demes é sócia.
Durante o evento deste sábado, Marcelo disse que toda a agenda da Rede será anexada ao seu plano de governo. Para ele, o compromisso em tornar Manaus em uma cidade sustentável está, agora, mais qualificado com a presença do partido.
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A pré-candidata a vereadora pela Rede, Vanda Witoto, leu uma carta no ato e disse que o Brasil ainda precisa de um forte arco de aliança para fazer frente aos ataques à democracia.
“Este é o momento para nos unirmos. Precisamos garantir dentro dessa caminhada a presença das mulheres e indígenas na política pública de Manaus. Acreditamos que o Marcelo possa representar esses pilares. Tudo isso está em um documento que entregamos ao pré-candidato. Desmatamento, mudanças climáticas e respeito aos povos precisam ter protagonismo”, explicou Vanda.
Segundo o porta-voz municipal da Rede, Pedro Neto, o diálogo entre os filiados da Rede começou há aproximadamente dois meses. Neste sentido, a executiva do partido entendeu que apoiar Marcelo Ramos no momento atual é importante para fortalecer o projeto.
Alianças
No início do mês de junho, o PDT já havia aderido à pré-candidatura de Marcelo Ramos, por entender que precisava somar forças no campo progressista de Manaus.
Já na semana passada, a Comissão Executiva Nacional da Federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV) confirmou a pré-candidatura de Ramos à Prefeitura de Manaus.
“Ainda estamos em diálogo com outros partidos. Na pré-candidatura a prefeito temos sete nomes que são ligados de alguma forma ao bolsonarismo. Precisamos de unidade, porque também está em jogo o acúmulo de forças para 2026. O lugar do campo progressista é aqui”, finaliza Marcelo Ramos.
Federação Psol-Rede
Em nota, a Rede explica que o PSOL tem autonomia de apresentar seus pré-candidatos, bem como a Rede Sustentabilidade tem direito de se posicionar estrategicamente.
“Respeitamos todos do PSOL, com o qual estamos federados. Quando apresentaram três e depois afunilou para uma pré-candidatura. A Rede também tem autonomia de dizer para sociedade qual projeto quer estar nesta eleição. Estamos na frente ampla no Governo Lula; A nossa federação está junto com a federação Brasil da Esperança (PT, PcdoB e PV), em diversas capitais, como São Paulo, Belém e Belo Horizonte”, justifica.
Ainda na nota, a Rede informa quanto a existência da Resolução no 7/2024 – Federação PSOL/REDE – que trata da disciplina, das coligações e a formação de listas de candidatos nas eleições majoritárias e proporcionais na Eleição 2024. Um dos artigos da resolução menciona que a federação é a principal responsável em concordar ou não com novas alianças políticas.
“Art. 2o. A direção nacional da federação será responsável por analisar e autorizar ou não as alianças eleitorais nas circunscrições com mais de 200.000 (duzentos mil) eleitores, que é o caso de Manaus”, informa.