A advogada Juliana Bierrenbach apresentou nesta sexta-feira (05/07) ao Ministério Público do Rio de Janeiro uma notícia-crime contra o advogado Fernando Orotavo, acusando-o de estupro de vulnerável. Segundo Bierrenbach, o crime ocorreu em 2022, em Lisboa, enquanto ela dormia sob efeito de medicamentos psiquiátricos.
No documento encaminhado ao procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Bierrenbach solicitou que o Ministério Público inicie uma investigação e que Fernando Orotavo seja proibido de se aproximar a menos de 200 metros dela. O estupro de vulnerável é caracterizado quando a vítima não tem discernimento ou capacidade de resistência. A pena para esse crime varia de oito a 15 anos de prisão.
Juliana Bierrenbach relatou que o incidente ocorreu durante uma viagem a Portugal para participar de eventos jurídicos. Ela afirmou que estava inconsciente devido aos medicamentos e que descobriu o crime por meio de um aplicativo de monitoramento do sono, que registrou sons durante a noite.
A advogada também utilizou sua conta no Instagram para fazer a denúncia e contar detalhes sobre o caso.
“Você já foi estuprada? Eu fui há dois anos, dois meses e quinze dias ou alguma coisa próxima disso”, diz a advogada.
Confira o vídeo completo:
A advogada detalhou que ela e Orotavo eram amigos há uma década, com uma relação baseada em amizade, respeito e parceria profissional. Bierrenbach disse que foi convidada para os eventos como agradecimento por ter ajudado Orotavo em um período de dificuldades financeiras. Em um dos eventos, o “Congresso luso-brasileiro de empresa” no Porto, Orotavo escolheu hotéis de luxo para se hospedar, o que deixou Bierrenbach desconfortável devido ao custo elevado. Eles concordaram em dividir um quarto, mas em camas separadas.
Gravações comprometedoras
Em Lisboa, Bierrenbach instalou um aplicativo para monitorar seu sono, após se sentir inexplicavelmente cansada. Na última noite da viagem, o aplicativo registrou 44 gravações, que incluíam sons sugestivos enquanto ela roncava. Bierrenbach também encontrou manchas suspeitas em seu pijama, que foram fotografadas e enviadas ao Ministério Público.
Ao confrontar Orotavo, ele negou qualquer contato físico, afirmando: “Não encostei em você, só dormi”. Bierrenbach declarou ao MP que foi vítima de violência sexual enquanto estava inconsciente, ressaltando a confiança que tinha em Orotavo como um amigo de longa data.
A advogada também solicitou uma medida protetiva contra Orotavo, alegando que ele tem agido para constrangê-la entre colegas. Ela descreveu que Orotavo continua a humilhá-la e constrangê-la em seu meio social, dissimulando sua condição de criminoso.
*com informações de Metrópoles