O senador Plínio Valério (PSDB-AM) acusou a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, de contribuir para o isolamento e desabastecimento do Amazonas. A crítica surgiu após a ministra abordar a logística na Amazônia durante os períodos de estiagem, comparando com as queimadas no Pantanal.
Em suas declarações, Marina Silva destacou os desafios logísticos enfrentados tanto na Amazônia quanto no Pantanal.
“Na Amazônia, a estiagem leva para esforços em relação à logística e abastecimento. E no Pantanal tem a ver com logística e incêndio”, disse a ministra durante coletiva de imprensa realizada nesta semana.
Em resposta, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) utilizou sua conta no X (antigo Twitter) e afirmou que a situação poderia ser diferente se a BR-319, rodovia que liga Manaus a Porto Velho, não fosse constantemente negada pela ministra.
“Se a BR-319 não fosse negada por ela, estaríamos livres do isolamento e do desabastecimento. Não adianta pensar em ações emergenciais se não temos asfalto”, afirmou o senador.
A ministra Marina fala sobre logística na Amazônia em tempos de estiagem. Se a BR-319 não fosse negada por ela, estaríamos livres do isolamento e do desabastecimento. Não adianta pensar em ações emergenciais se não temos asfalto. pic.twitter.com/rpeZ4KkGl3
— Plínio Valério (@PlinioValerio45) June 25, 2024
A BR-319 é uma rodovia federal que liga Manaus (AM) a Porto Velho (RO) e sua pavimentação é uma demanda antiga da região, considerada crucial para a melhoria da infraestrutura e logística local.
Entretanto, a ministra defende que o asfaltamento da BR-319 pode trazer graves consequências ambientais, um ponto de vista que, apesar de controverso, é respaldado por estudos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
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Discussão na CPI das ONG’s
Em novembro do ano passado, durante a CPI das ONG’s, Marina protagonizou uma discussão com o presidente da comissão, senador Plínio Valério (PSDB-AM), quando o assunto em questão foi a pavimentação da BR-319.
Em sua declaração, ela defendeu que a estrada precisa de viabilidade econômica. Ressaltou que a pavimentação ainda não foi feita porque não existe um projeto que englobe todas as esferas.
“Não se faz uma estrada de 400km no meio da floresta virgem apenas para passear de carro, se não tiver associado a um projeto produtivo”, disse.
O senador Plínio Valério, por outro lado, disse que não é preciso derrubar árvore no entorno da estrada. Segundo ele, a estrada já existe e precisa apenas ser asfaltada. Disse ainda que, em relação ao desmatamento, é obrigação do governo coibir.