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Fundador do WikiLeaks deixa a prisão no Reino Unido; Julian Assange vazou mais de 700 mil documentos confidenciais dos EUA

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O fundador do site WikiLeaksJulian Assange, deixou a prisão no Reino Unido na segunda-feira (24/6) após chegar a um acordo com a Justiça dos Estados Unidos para se declarar culpado em acusações de espionagem. Ele deixou a prisão de segurança máxima Belmarsh, em Londres, na manhã desta segunda e, às 13h (horário de Brasília), pegou um avião para sair do Reino Unido.

O WikiLeaks anunciou no X, ex-Twitter: “Julian Assange está livre”. Veja abaixo:

Como parte do seu acordo com a Justiça, Assange vai se declarar culpado nesta semana por violar a lei de espionagem dos EUA, uma acusação criminal, de conspiração para obter e divulgar documentos classificados de defesa nacional dos EUA, em audiência nas Ilhas Marianas do Norte às 20h de terça-feira no horário de Brasília.

Na audiência, ele deverá ser sentenciado a 62 meses de prisão, tempo que já cumpriu no Reino Unido. Após se declarar culpado e passar pela audiência, Assange estará oficialmente liberado. Espera-se que ele volte para a Austrália, país do qual é cidadão, para viver com a esposa Stella e os filhos.


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Ele é o ativista e fundador do WikiLeaks, que desde 2010 tem vazado documentos confidenciais sobre as atividades militares e diplomáticas americanas, principalmente no Iraque e Afeganistão, no que foram consideradas as maiores violações de segurança desse tipo na história militar dos EUA.

Assange e o site receberam os documentos secretos por por Chelsea Manning, uma ex-analista de inteligência militar dos EUA que também foi processada sob a Lei de Espionagem. O lote de mais de 700 mil documentos incluía cabos diplomáticos e relatos de batalhas, como um vídeo de 2007 de um helicóptero Apache dos EUA disparando contra supostos insurgentes no Iraque, matando uma dúzia de pessoas, incluindo dois funcionários da Reuters. Esse vídeo foi divulgado em 2010.

Outro material vazado por Assange era um vídeo que exibia soldados norte-americanos executando 18 civis de um helicóptero no Iraque.

Por causa disso, Assange começou a ser perseguido pelas autoridades norte-americanas. Ele passou sete anos refugiado na embaixada do Equador em Londres, onde buscou refúgio para evitar a extradição por acusações de agressão sexual na Suécia, que mais tarde foram retiradas. Depois, foi conduzido à prisão de Belmarsh em 2019.

Assange foi indiciado durante o governo do ex-presidente Donald Trump pela liberação em massa de documentos secretos dos EUA. A intenção dos EUA era extraditá-lo para cumprir pena no país – e segundo a Justiça americana, ele poderia ser condenado a 175 anos de prisão. Em janeiro de 2021, um tribunal britânico rejeitou, em um primeiro momento, o pedido de extradição. Porém, em dezembro, um recurso americano foi aceito, o que poderia abrir caminho para a extradição.

No início de 2022, os EUA chegaram a ter um novo pedido de extradição negado pela justiça do Reino Unido que alegou existir um risco de Assange cometer suicídio. Nesse meio tempo, sua esposa alertou na mídia sobre as condições debilitantes de saúde de Assange.

Ele finalmente acabou sendo julgado por tribunais britânicos, que mediaram o acordo que possibilitou sua libertação.

Em vídeo publicado nas redes sociais, Stella, a esposa do australiano, afirmou:

“Estou confiante que esse período das nossas vidas está acabando. Se tudo der certo, Julian agora estará em um avião a caminho da liberdade. O que começa agora, com a liberdade de Julian, é um novo capítulo das nossas vidas e pedimos pelo seu apoio”.

*Com informações de G1

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Ivanildo Pereira
Ivanildo Pereira
Repórter de política na Rede Onda Digital Jornalista formado pela Faculdade Martha Falcão Wyden. Política, economia e artes são seus maiores interesses.

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