A BR-319, rodovia que conecta Manaus a Porto Velho, permanece como um dos projetos mais controversos e debatidos no cenário de infraestrutura brasileira. Em recente entrevista, Wilson Lima, governador do Amazonas, criticou a intransigência do Governo Federal em relação à revitalização da estrada, destacando a complexidade ambiental e social que envolve a Amazônia.
“Ainda há uma intransigência por parte do Brasil e por parte do mundo, daqueles que não conseguem entender a complexidade que é a Amazônia.
“Um relatório que foi divulgado pelo Ministério da Infraestrutura e já era o que nós sabíamos: Que é, sim, impossível se recuperar a BR-319.”
Lima argumentou que, apesar dos desafios, é possível realizar obras na Amazônia de maneira sustentável. Ele citou o exemplo de Israel, que consegue soluções tecnológicas inovadoras para problemas ambientais, como a dessalinização da água e o uso de água de reuso, mesmo com escassas chuvas anuais.
O governador enfatizou que o Governo do Estado está a disposição para contribuir para
“Tem solução, tem alternativa. O governo do estado, e eu tenho certeza que a sua população também, estão dispostos a dar todas as condicionantes ambientais.”
“Quer colocar uma câmera lá no início e colocar outra lá no final, da BR pra saber que o cara vai entrar e que ele não vai entrar pra mata pra explorar, quer colocar um chip na entrada, quer transformar numa rodovia verde, numa rodovia parque, precisa colocar uma balança pra aferir ali o peso dos veículos que vão passar por lá, não tem problema, o Estado do Amazonas tá disposto a fazer isso,” afirmou.
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O governador expressou sua frustração com a posição do Governo Federal, que considera inviável a recuperação da rodovia.
“A gente não pode simplesmente aceitar o discurso de que simplesmente não é possível e deixar nossa população aqui de joelho. Não dá para o Brasil construir uma imagem de preservador do meio ambiente, colocando a população do estado do Amazonas na situação em que nós estamos”, falou.
Wilson Lima enfatizou a importância da BR-319, especialmente em momentos de crise como o de seca. Sem a rodovia, o transporte de produtos acabados, como aparelhos eletrônicos e veículos, torna-se inviável, segundo Wilson.