Na manhã desta segunda-feira (17/6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve se reunir com os ministros que compõem a Junta da Execução Orçamentária (JEO) para discutir a revisão dos gastos públicos. A reunião, marcada para as 10h30 (de Brasília), vai contar com a presença de Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento), Esther Dweck (Gestão) e Rui Costa (Casa Civil).
A expectativa é de que a pauta central do encontro seja a discussão sobre a revisão de gastos públicos, um tema que ganhou destaque na equipe econômica devido à crescente incerteza fiscal e à alta do dólar. Antes de embarcar para a Itália na semana passada, onde participou da reunião do G7, o presidente Lula solicitou a Rui Costa que agendasse essa reunião para discutir as diretrizes orçamentárias.
Durante sua viagem, o presidente indicou uma mudança de postura ao admitir a possibilidade de rever despesas públicas, com a condição de que os ajustes não penalizem os mais pobres.
“Tudo aquilo que a gente detectar que é gasto desnecessário, não tem que fazer”, declarou Lula.
Nas semanas anteriores, Lula havia mantido um discurso que priorizava o equilíbrio fiscal por meio do aumento da arrecadação e da redução da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 10,5% ao ano. No entanto, essa postura levou à valorização do dólar frente ao real, evidenciando a sensibilidade do mercado financeiro às declarações do presidente.
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Haddad enfrenta resistências no Congresso
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está no centro das discussões econômicas e enfrentou desafios na última semana. Na terça-feira (11/6), o presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devolveu trechos da medida provisória apresentada por Haddad, que visava compensar a desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia e dos municípios.
Apelidada de “MP do Fim do Mundo”, a medida restringia a compensação de créditos do PIS e da Cofins, gerando forte oposição de parlamentares e setores produtivos, especialmente o agronegócio, que criticaram o impacto negativo da proposta sobre o caixa das empresas.
A devolução da medida provocou uma reação negativa no mercado financeiro. No dia seguinte, o dólar registrou a maior alta desde o período de transição de governo, ultrapassando os R$ 5,40. Essa alta foi impulsionada por uma declaração de Lula, que afirmou não conseguir discutir economia sem “colocar a questão social na ordem do dia” e destacou que o “mercado financeiro não é uma entidade abstrata, apartada da política e da sociedade”.
*com informações de Metrópoles