Nesta quinta (6/06), o jornalista Luan Araújo foi condenado por supostamente difamar a deputada Carla Zambelli (PL-SP) em uma coluna publicada na internet. A pena de oito meses de prisão foi convertida em serviços comunitários.
Luan foi ameaçado pela deputada na véspera da eleição de 2022. Zambelli o perseguiu de pistola em punho num bairro nobre de São Paulo. A condenação não teve a ver com a perseguição, mas sim com textos que o jornalista publicou após a confusão.
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A coluna foi publicada no portal Diário do Centro do Mundo. Nela, Luan Araújo aborda a confusão com a deputada e afirma que ela mantém uma “seita de doentes de extrema direita que a segue incondicionalmente e segue cometendo atrocidades”.
Em outro trecho, o jornalista afirma que Carla Zambelli é parte de uma “extrema direita mesquinha, maldosa e que é mercadora da morte”. A publicação não está mais disponível, pois o texto foi removido do site por ordem judicial.
Para o juiz Fabricio Reali Zia, do Juizado Especial Criminal da Barra Funda, em São Paulo, as críticas “excederam os limites do razoável” e prejudicaram a imagem e a reputação da deputada. O magistrado também classificou a publicação como discurso de ódio.
O advogado Renan Bohus, que representa o jornalista, informou que discorda da decisão e que vai recorrer. Ele disse:
“Luan é jornalista e estava no exercício de sua profissão, usufruindo do direito constitucional à liberdade de expressão e liberdade de imprensa quando fez críticas ao segmento político do qual a deputada faz parte”.
Zambelli é ré no caso, junto ao STF (Supremo Tribunal Federal), após denúncia da Procuradoria-Geral da República contra a deputada motivada pelo episódio. Ela também é ré, junto com o hacker Walter Delgatti, no caso referente a uma invasão no sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
*com informações do UOL.