As circunstâncias da morte de Djidja Cardoso, ex-sinhazinha do Boi Garantido, ainda estão sendo apuradas pelas autoridades, e o caso ganhou repercussão nacional. Djidja morreu na última terça (28/5), e segundo a Polícia, ela fazia parte de uma suposta seita, criada junto à mãe e o irmão, e usava drogas alucinógenas, como a ketamina.
Segundo o delegado Cícero Túlio, que apura o caso, a morte por overdose é a principal hipótese da investigação.
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O que é a ketamina?
A cetamina ou ketamina é um poderoso anestésico utilizado há mais de 50 anos. A substância também é utilizada como droga recreativa ilícita por seu efeito psicodélicos. Drogas psicodélicas alteram drasticamente alguns neurotransmissores no cérebro para criar uma mudança profunda na percepção, humor e ansiedade.
Estudos em animais mostraram que a cetamina aumentou os níveis de certas substâncias químicas cerebrais, como a dopamina, em até 400%. Por causa disso, cientistas vêm investigando o potencial terapêutico da droga contra doenças mentais, como depressão resistente e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT).
A droga foi apontada como a principal causa da morte do ator norte-americano Matthew Perry, famoso pelo seriado “Friends”. Ele foi encontrado morto em sua casa em outubro de 2023, e tinha um histórico de luta contra o vício. O Departamento Médico Legista do condado de Los Angeles apontou “efeitos agudos da ketamina” como causa da morte de Perry.
O que matou Djidja?
Segundo o laudo preliminar, a morte da Djidja Cardoso foi provocada por “depressão dos centros cardiorrespiratórios centrais bulbares; congestão e edema cerebral de causa indeterminada”. O edema cerebral teria afetado a porção do cérebro de Djidja que controla o coração e a respiração e causado a chamada “depressão respiratória”. O laudo, no entanto, não explica o que teria provocado essa condição na ex-sinhazinha.
O laudo definitivo da necrópsia pelo Instituto Médico Legal (IML) deve sair em até 30 dias. Porém, o delegado Túlio apontou que depressão respiratória é um dos efeitos da droga. Ele disse:
“O laudo preliminar aponta morte por depressão respiratória, que é justamente um dos efeitos da droga”.
A mãe e o irmão de Djidja, Cleusimar e Ademar Cardoso, e três funcionários do salão de beleza da família foram presos na investigação que apura o crime. Segundo as investigações, eles fariam parte de uma seita, batizada de “Pai, Mãe, Vida”, e usavam a ketamina em seus rituais. A defesa dos acusados negou a existência de uma seita.
*Com informações de O Globo