Na noite de quinta-feira (30/5), acionistas minoritários da Petrobras, representando cerca de 5% da empresa, solicitaram ao presidente do Conselho de Administração, Pietro Mendes, a convocação urgente de uma assembleia extraordinária. A demanda visa à eleição de um novo comitê, segundo jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo
A intenção principal dos acionistas é questionar a indicação de Magda Chambriard à presidência da estatal, feita pelo governo Lula. Eles propõem uma votação que envolva todos os acionistas, onde seriam apresentadas objeções a essa nomeação. Essa medida é vista como uma forma de pressionar o governo.
O conselho atual, no entanto, já sinalizou que não pretende convocar nova assembleia, o que pode resultar em uma batalha jurídica. Os acionistas minoritários ainda têm a opção de recorrer à Justiça ou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A instabilidade gerada por esse conflito pode impactar o valor das ações da Petrobras.
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Justificativa para a nova assembleia
Os acionistas, representados pelo empresário Juca Abdalla (detentor de cerca de 4% das ações) e pela gestora GQG Partners (com mais de 1%), baseiam seu pedido na Lei das Sociedades por Ações (SAs). Eles argumentam que, com a saída de Jean Paul Prates da presidência, uma nova eleição do conselho é obrigatória.
No entanto, a direção da Petrobras defende que a renúncia de Prates não impõe essa obrigatoriedade, permitindo a nomeação de Magda, que seria ratificada na próxima assembleia-geral regular. Além disso, a Petrobras argumenta que uma assembleia extraordinária seria desnecessária e custosa, com um valor estimado de quase R$ 4 milhões.
Outros alvos da assembleia extraordinária
Além de questionar a presidência de Magda Chambriard, os acionistas minoritários querem revisar a situação dos conselheiros indicados pelo governo, especialmente após a decisão do STF, assinada pelo ministro Ricardo Lewandowski, que flexibiliza a indicação de políticos para cargos de diretoria em empresas estatais.
Os minoritários expressam preocupações sobre os planos de Magda e do governo, como a construção de novas refinarias e o investimento na recuperação da indústria naval. Eles temem que essas iniciativas possam resultar em grandes prejuízos e intervenções na Petrobras.
*com informações de Metrópoles e O Globo