O padre Paulo Santos, da paróquia São Francisco de Paulo no município de Nova Andradina (MS), causou polêmica durante a Missa Solidária em Oração pelo Rio Grande do Sul, realizada em 8 de maio, ao dizer que a tragédia gaúcha ocorreu porque o estado “há muito tempo abraçou a bruxaria e o satanismo”. Ele também afirmou que o Estado é “o mais ateu da federação”.
A fala foi gravada. Veja no vídeo abaixo:
No vídeo, o religioso diz:
“Eu farei um alerta a todos nós. O Rio Grande do Sul há muito tempo abraçou a bruxaria e o satanismo. Há muito tempo o meu povo tem se afastado de Deus”.
“Deus não precisa mandar sofrimento para a nossa vida, porque ele não faz isso. Mas nós mesmos às vezes buscamos, na fragilidade humana, coisas ruins para nós. Nós estamos aqui para rezar porque é um povo que não está só fragilizado, precisando de água e comida. Isso sem dúvida é muito importante. Mas que agora está precisando de força espiritual, porque perdeu a pouca que tinha”.
“Nós precisamos buscar a Deus, enquanto podemos achar. Invocar o seu nome. O secularismo chegou no Rio Grande do Sul, estado mais ateu da federação. Existe mais centro de macumba em Porto Alegre do que no estado da Bahia inteiro. Precisamos buscar a Deus. Porque quando vier a adversidade, quando vier a dor, o que vai nos manter de pé, é a fé. O sofrimento existe, faz parte. A chuva, terremotos, os alagamentos existem. Em todos os lugares é assim. Mas o que vai determinar um povo ficar de pé, ou prostrado na derrota é a fé”.
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Por causa da sua declaração, o padre, que é gaúcho, virou alvo de denúncia no Ministério Público Federal por intolerância religiosa.
O vídeo começou a repercutir negativamente nas redes nesta semana. A Diocese de Naviraí, responsável pela paróquia, ainda não se manifestou sobre o episódio.
Outro caso
O caso é semelhante ao ocorrido no começo do mês, envolvendo a influenciadora cristã Michelle de Abreu. Em vídeo postado em sua rede social, a influenciadora afirmou que a tragédia no Rio Grande do Sul foi causada pela “ira de Deus” e como “consequência” de o estado supostamente liderar na quantidade de “terreiros de macumba”. Veja abaixo:
Segundo a Michele Abreu, que se apresenta no Instagram como “cristã, mãe, esposa e empreendedora”, a catástrofe ambiental no Rio Grande do Sul não é consequência da emergência climática, da falta de planejamento ou de política pública.
A culpa, pra ela, é da “macumba”. pic.twitter.com/FVEuvmXfbx
— William De Lucca (@delucca) May 6, 2024
A fala da influenciadora foi duramente criticada nas redes sociais. Depois da repercussão, Michelle mudou sua conta para privada.
*Com informações de Metrópoles e Terra