Dono de uma indústria de sapato com fábrica do Rio Grande do Sul, o deputado estadual Rozenha (PMB) foi o primeiro parlamentar a usar a tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) para pedir ao Governo do Amazonas a “repatriação” dos amazonenses afetados na tragédia ambiental no Sul do país. O parlamentar também protocolou requerimento na Casa solicitando ao governo medidas para o resgate.
Com o pedido atendido pelo governador Wilson Lima (UB), conforme anúncio feito na última quinta-feira (9/5), Rozenha tem colaborado na estratégia para trazer os amazonenses de volta. Sem o aeroporto e as principais entradas e saídas terrestres do estado gaúcho danificadas ou debaixo d’água, o parlamentar indica os aeroportos de Caxias do Sul e das cidades de Santa Catarina como rota de resgate.
“Estamos em conversas aceleradas com o governador Wilson para arranjar um mecanismo para nós trazermos esses amazonenses de volta para casa. As cidades estão sitiadas. Eles estão estudando uma maneira de viabilizar para que a gente traga ou via Caxias do Sul (interior do RS), via Navegantes (interior de SC) ou Hercílio Luz, que é o aeroporto (internacional) de Florianópolis, os amazonenses que queiram voltar para casa, e assim esperar essa tempestade passar”, contou.
📌 Deputado Rozenha traça estratégia com Governo do Estado para “repatriar” amazonenses no RS pic.twitter.com/g65YJA62ed
— Rede Onda Digital (@redeondadigital) May 10, 2024
De acordo com Rozenha, não existe um número correto de amazonenses nas áreas afetadas pela enchente. Por meio das redes sociais, o empresário e político tem recebido muitos pedidos de ajuda na transferência do Rio Grande do Sul para o Amazonas.
“Tem muitos amazonenses que estão ilhados, que querem voltar. Muitos deles estudam no Rio Grande do Sul. Tem cursos que só existem lá, curso de quiropraxia, moda em sapato. O Rio Grande do Sul tem muitas faculdades no interior e tem muitos amazonenses que querem voltar. Estamos tentando trazer de alguma maneira”, comentou.
Lado humano
Dono da marca de calçados femininos ‘Sapatinho de Luxo’, Rozenha conta que teve uma unidade fabril inundada. E que apesar do prejuízo, a preocupação maior gira em torno das vítimas do desastre ambiental.
“Os prejuízos financeiros e estruturais das nossas unidades fabris são menores. Eu só tive problema em uma fábrica, que é a de solas. Essa se perdeu. Mas as outras a gente manteve. Semana que vem a gente já começa a produzir novamente. E todo o sapato feminino do Brasil é feito no Rio Grande do Sul. Então, a gente está junto com os gaúchos. Particularmente, eu, que tenho negócios lá, estou sofrendo um pouco. Mas neste momento estou mais preocupado com as pessoas que é o que realmente deve importar”, disse.
Reconstrução
Distante dos negócios por conta do trabalho no parlamento estadual, no entanto o empresário tenta acompanhar de perto, por redes sociais e ligações telefônicas, todas as movimentações da empresa. Ele também tenta contabilizar os danos sofridos e a reconstrução do estado gaúcho.
“O Rio Grande do Sul está destruído e não acredito numa reconstrução a médio prazo, só a longo prazo. Os prejuízos estão na casa de bilhões. A estrutura viária foi totalmente danificada, pontes, rodovias, águas contaminadas, lavouras inteiras de arroz (destruídas). O arroz que nós comemos aqui no Amazonas, a grande maioria, é do Rio Grande do Sul. E tem muitas pessoas que perderam a vida, perderam tudo”, analisa.
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Contato para resgate
Os Amazonenses que estão no Rio Grande do Sul podem solicitar o retorno no site da Defesa Civil do Amazonas, ou pelo contato (92) 99118-4507. O atendimento deve funcionar de 8h às 17h.