O Boi-Bumbá Caprichoso lançou nesta sexta-feira, 26, o single surpresa “Sacaca – Curadores da Floresta”, composição de Elton Júnior, Yomarley Holanda e Lenart Mustaffa, que retrata as crenças da floresta do Sacaca, o curandeiro, mandingueiro, e curador que utiliza rezas, encantarias e ervas. Prática comum no interior do Amazonas.
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Na definição, o Sacaca é um tipo de xamã, pajé, capaz de viajar pelo fundo dos rios. De origem tupi, o líder espiritual tem o poder de encontrar os encantes, dimensão na qual vivem os espíritos dos encantados, entidades que auxiliam o pajé na cura de enfermidades.
Sobre a arte de capa
A capa é uma concepção artística do Designer do Boi Caprichoso, João Marco Nascimento. “Resumir essa tradução da toada “O Sacaca” em uma imagem de capa foi um grande desafio, um projeto que demandou tempo e dedicação extra, pois se trata de uma toada riquíssima de ritmo e letra. Desenvolvemos um trabalho alinhado ao presidente do conselho Ericky Nakanome, que nos guiou até a chegada do resultado. Espero que a nação azul e branca goste do que está sendo apresentado”.
A fotografia é do assessor técnico do Conselho de Arte, Vinicius Ramos, que registrou o colaborador João Oliveira dos Santos, que exerceu a função soldador no Galpão do Boi Caprichoso. João iniciou como soldador na equipe do artista Karu Carvalho, depois passou pela equipe de Jairzinho Mendes, e trabalha como vigia desde 2015.
Confira a Letra
19. SACACA – CURADORES DA FLORESTA
Elton Júnior, Yomarley Holanda e Lenart Mustaffa
(Heya, ha-ha-ha-ha-hey)
(Heya-heya, heya-heya)
(Heya-heya, ha-ha-ha-ha-hey)
Canta o grande Painí (hey, ah-hey)
Sacaca, caboclo, Ipají (hey, ah-hey)
Canta o grande Painí (hey, ah-hey)
Sacaca, caboclo, Ipají (hey, ah-hey)
Das matas vem, das ervas vem
Das “benzições”, das curas ela vem
Vem das unções, defumações
Das rezas, dos sopros, das mil pajelanças
(Caê-Ekrê ê-ê-ê, Caê-Ekrê ê-ê-ê)
(Caê-Ekrê ê-ê-ê, Caê-Ekrê ê-ê-ê)
Das feras vem, das aves vem
Das profundezas, dos sonhos ele vem
Das orações, conclamações
Dos ritos, das lutas, dos cantos, das danças
Arquibancada canta!
(Caê-Ekrê ê-ê-ê, Caê-Ekrê ê-ê-ê)
Cura! Sacaca!
(Caê-Ekrê ê-ê-ê, Caê-Ekrê ê-ê-ê)
Canta! Benze!
Faz o banho de ervas
O dom que carrega
É a força que vem da floresta
Canta! Benze!
Faz o banho de ervas
O dom que carrega
É a força que vem da floresta
(Heyra, heyra, heyra, lauê)
(hey, hey, hey!)
(Heyra, heyra, heyra, lauê)
(hey, hey, hey!)
Bate folha, defuma o terreiro
A casa, a aldeia, o festejo
Cachimbo, tauarí, tabaco e paricá
Vem dançar! Vem rodar! Vem descer!
Vem cantar que o bem vai vencer
Vou quebrar o feitiço
É luz que eu tenho pra você, êh-êh-êh
Caê-Ekrê! Caê-Ekrê!
Das matas vem, das ervas vem
Das “benzições”, das curas ela vem
Vem das unções, defumações
Das rezas, dos sopros, das mil pajelanças
Arquibancada canta!
(Caê-Ekrê ê-ê-ê, Caê-Ekrê ê-ê-ê)
(Caê-Ekrê ê-ê-ê, Caê-Ekrê ê-ê-ê)
Cura! Sacaca!
(Caê-Ekrê ê-ê-ê, Caê-Ekrê ê-ê-ê)
(Caê-Ekrê ê-ê-ê, Caê-Ekrê ê-ê-ê)