A paquistanesa Malala, vencedora do Prêmio Nobel da Paz, foi criticada em seu país depois de aparecer na Broadway ao lado de Hillary Clinton, com quem produziu um musical sobre as sufragistas.
Pela rede social X, Malala recebeu críticas por realizar uma publicidade junto com a ex-secretária de Estado americana e por não se pronunciar sobre a guerra em Gaza. Sob a gestão de Clinton, ataques com aeronaves não tripuladas mataram civis no Paquistão.
Ativista pelos direitos das mulheres, Malala, de 26 anos, é elogiada em todo o mundo, porém, para alguns grupos islamistas e uma parte significativa da opinião pública paquistanesa, a ativista é vista como uma “agente dos Estados Unidos” criada para corromper a juventude.
Leia mais:
“Não vamos a lugar nenhum”, diz presidente do TikTok após restrições dos EUA
Brasil, EUA e mais 15 países apelam pela libertação de reféns detidos pelo Hamas
O círculo de críticos se ampliou e inclui figuras do feminismo no Paquistão após o lançamento da primeira versão do musical “Suffs”.
Malala tem sido acusada de não ter expressado sua solidariedade com os palestinos. No entanto, a Nobel da Paz condenou publicamente a morte de civis na Faixa de Gaza e pediu um cessar-fogo.
“Admiro Malala desde 2011”, disse a escritora Mehr Tarar no X, mas “sua colaboração teatral com Hillary Clinton – que defende o apoio (…) dos Estados Unidos ao genocídio dos palestinos – é um verdadeiro golpe a sua credibilidade como defensora dos direitos humanos”.
“Que decepção, Malala, você nos abandonou”, escreveu a professora e ativista feminista Nida Kirmani.
Em 2012, Malala foi baleada no rosto por islamistas. Após receber tratamento de emergência no Reino Unido, se transformou em um símbolo mundial da resistência ao extremismo religioso e porta-voz das meninas privadas de educação.
Em 2014, aos 17 anos, se tornou a mais jovem vencedora do Nobel da Paz da história.