De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira (19/04), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as regiões brasileiras com a maior presença de benefícios sociais, principalmente o Bolsa Família, apresentaram as quedas mais expressivas da desigualdade social em 2023.
O Nordeste é a região em que esses dados aparecem com maior evidência. Em 2019, antes da pandemia de Covid-19, o grupo dos 10% mais ricos tinha um rendimento médio mensal domiciliar per capita — ou seja, a renda média de um domicílio dividida pelas pessoas que lá habitam — 18,8 vezes maior que os 40% mais pobres. Essa razão caiu para 14,4 em 2022 e, no ano passado, para 13,7.
A queda nessa diferença entre os rendimentos dos mais ricos e dos mais pobres é inversamente proporcional ao percentual de domicílios que recebe algum tipo de programa social do governo. Em 2019, 29% dos domicílios do Nordeste recebiam Bolsa Família. Em 2022, eram 33,8% e, em 2023, 35,5%.
A região Norte apresentou uma dinâmica semelhante nos últimos anos. Em 2019, a razão entre o rendimento médio mensal domiciliar per capita dos 10% mais ricos e os 40% mais pobres era de 16,2. Essa diferença caiu para 13,5 em 2022, e para 12,8 em 2023.
Já a quantidade de domicílios que recebiam Bolsa Família na região, cresceu. Eram 26,3% em 2019, depois 29,1% em 2022, e 31,7% em 2023.
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Essa porcentagem de domicílios com o benefício social também cresceu nas outras regiões do Brasil, mas de maneira menos acentuada. Esse crescimento aconteceu após, em março do ano passado, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva relançar o Bolsa Família, em substituição ao Auxílio Brasil, que nasceu durante a pandemia.
O programa manteve seu valor mínimo de R$ 600, mas passou a incluir, também, outros benefícios a depender da composição familiar, além do incremento de R$ 150 para crianças de até 6 anos, por exemplo.