Marcus Vinicius Machado Rocha, amigo do condutor do Porsche que provocou um acidente no final do mês passado e matou um motorista de aplicativo na Zona Leste de São Paulo, foi ouvido na tarde desta quinta-feira (11/4) pela Polícia Civil. Ele depôs no Hospital São Luiz Anália Franco, onde está internado desde o acidente.
Segundo apuração, o estudante contou aos policiais que estava no banco do carona do carro de luxo, que era dirigido pelo empresário Fernando Sastre de Andrade Filho. Ele afirmou que seu amigo bebeu e acelerou o carro antes do acidente.
Os advogados José Roberto Lourenço e Amanda Bessoni Boudox Salgado, que representam Marcus, falaram com a imprensa e disseram que seu cliente contou aos policiais que Fernando Sastre, motorista da Porsche, tinha ingerido bebida alcóolica antes do acidente. O depoimento durou cerca de 30 minutos.
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De acordo com Lourenço:
“Ele contou que estavam em um restaurante, que consumiram bebidas alcoólicas lá. De lá eles foram para a casa de pôquer. Na casa de pôquer eles ficaram separados, (…) em mesas separadas. Ele não conseguiu ver se lá ele consumiu bebida alcoólica ou não. De lá, eles saíram, teve uma discussão, segundo ele disse, o amigo estava um pouco alterado, e a última coisa que ele se lembra é ele no carro com o amigo e o amigo acelerando”.
Marcus ficou gravemente ferido no acidente e precisou passar por cirurgias. Espera-se que ele tenha alta nos próximos dias.
A batida ocorreu em 31 de março na Avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, e foi gravada por câmeras de segurança. O Porsche colidiu com o Renault Sandero dirigido pelo motorista de app Ornaldo da Silva Viana, que morreu.
Reveja a cena:
O depoimento de Marcus contrasta com o da namorada de Fernando, que falou à polícia na terça (09/04). Ela negou que Fernando tivesse bebido na noite em questão, mas confirmou que o casal teve uma discussão na saída da casa de pôquer, que tinha um open bar, de onde ele saiu pouco antes do acidente.
Fernando foi indiciado pela polícia por homicídio por dolo eventual (assumiu o risco de matar Ornaldo), lesão corporal (machucou Marcus) e fuga do local do acidente (não prestou socorro às vítimas). A investigação já pediu duas vezes a prisão dele, mas a Justiça negou.
O empresário responde aos crimes em liberdade, mas foi obrigado pela Justiça a entregar o passaporte à Polícia Federal (PF) e pagar uma fiança de R$ 500 mil. Além disso, teve a carteira de motorista suspensa provisoriamente.
A mãe do empresário o ajudou a deixar a cena do acidente, naquela noite: Fernando só se apresentou à polícia quase 40 horas após o acidente. A conduta dos policiais que liberaram Fernando e sua mãe está sendo investigada pela Corregedoria de polícia.
*Com informações de G1