Os vereadores Rodrigo Guedes (Progressistas) e Eduardo Alfaia (PMN) bateram boca logo no início da sessão da Câmara Municipal de Manaus (CMM), na manhã desta segunda-feira (08/04). O motivo foi o pedido de Guedes para que uma representante do Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom Sindical) falasse na tribuna da Casa Legislativa sobre o reajuste salarial de 1,25% da categoria proposto pelo Executivo Municipal, na semana passada.
“O sindicato [Asprom Sindical] já veio aqui [na CMM] por duas vezes. Eu acho que a gente vai continuar enxugando gelo, a matéria não está na pauta da ordem, hoje. Então, eles vão vir aqui, primeiro porque esse movimento é claramente político. Porque já foi dito a eles que o reajuste acontecerá em duas etapas. Esse primeiro percentual é referente apenas ao período, ao INPC, que inclusive é da nossa LDO […] Às vezes são ofensivos conosco. Lamentavelmente, usam vídeos depois pra dizer que… Eu fui vítima essa semana de inúmeros ataques por parte desse sindicato”, disse Alfaia, que é líder do prefeito David Almeida (Avante) na Câmara.
Eduardo Alfaia fez um apelo para que o presidente da CMM, Caio André (União Brasil), não permitisse a fala da representante do Asprom Sindical antes do pequeno expediente. Ele acusou Guedes de usar o espaço na tribuna como palanque conforme sua “conveniência político-eleitoral”.
“Mas aí a gente está constantemente acostumado a usar a tribuna como palanque político, lamentavelmente. Eu quero lamentar essa postura e pedir a vossa excelência [Caio André] que não acate esse pedido do vereador Rodrigo Guedes porque essa é uma clara tentativa de buscar desgaste ao prefeito David Almeida”, completou Alfaia.
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Irritado com a postura do líder do prefeito na CMM, o vereador Rodrigo Guedes rebateu e pediu para que Eduardo Alfaia “lave a boca para falar” dele ao cobrar respeito do colega sobre a resposta à demanda do Asprom Sindical.
“Quero falar de forma direta ao vereador Eduardo Alfaia que se ele não tem informação das demandas, inclusive, dos profissionais de Educação porque simplesmente não os ouve, apenas os ofende e ataca, eu não tenho culpa […] Não sou eu que fico atacando os profissionais da Educação. Inclusive, o vereador Eduardo Alfaia deveria respeitar os profissionais da Educação da cidade de Manaus. Porque ele disse aqui nessa tribuna que se os profissionais da Educação não querem 1,25% [de reajuste salarial] deveriam abrir mão. Uma fala totalmente ofensiva”, disse Guedes.
📌“Lave sua boca para falar de mim” diz Vereador Rodrigo Guedes sobre falas de Eduardo Alfaia pic.twitter.com/k0y9eq1MGk
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Por sua vez, Caio André informou que o sindicato dos profissionais de Educação protocolou um requerimento na sexta-feira (05/04) passada para ter direito de fala na sessão da Casa, nesta segunda-feira.
“E tão somente, e aí vou fazer questão de frisar isso junto ao representante do sindicato para solicitar que possamos colocar em votação o projeto de lei que trata do reajuste salarial dos professores e pedagogos da Semed do dia 8, ou seja, do dia de hoje, conforme nós tínhamos acordado. Inclusive, é uma solicitação da própria liderança do prefeito. Vossa excelência [Eduardo Alfaia] falou comigo no dia de ontem”, disse André.
Mas diante da confusão entre os vereadores Guedes e Alfaia, o presidente da CMM preferiu retirar de pauta a votação do reajuste salarial dos profissionais de Educação da Semed. Na quarta-feira (03/04) passada, a maioria dos parlamentares recusou o pedido do Executivo para que o Projeto de Lei (PL) nº 201/2024, que fixa em 1,25% o reajuste salarial da categoria da rede municipal de ensino, tramitasse em regime de urgência.