O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou neste sábado (6/4), em palestra nos Estados Unidos, que o Brasil viveu um período de “populismo autoritário”, nos anos de governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o ministro, o país chegou “muito perto do impensável”.
Barroso falou em palestra na Brazil Conference, evento realizado na Universidade de Harvard, em Cambridge (EUA), e o tema era “Populismo Autoritário, Resiliência Democrática e as Supremas Cortes”.
Sem citar o nome de Bolsonaro, mas em referência clara ao período de governo do ex-presidente, Barroso afirmou que o Brasil passou por um processo de “erosão democrática, tijolo a tijolo”. O ministro disse:
“Não é um golpe, é um esvaziamento progressivo. Começou com o esvaziamento da participação da sociedade civil nos órgãos de formulação de políticas públicas e ambientais e de crianças e diversas outras.
Depois, no Brasil, estou descrevendo fatos, e não emitindo opinião, houve um desmonte dos órgãos de proteção ambiental, de proteção às comunidades indígenas e não demarcação de um milímetro sequer de terras indígenas, como determina a Constituição, um negacionismo pleno da ciência durante a pandemia”.
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Barroso ressaltou ainda que, apesar de ter 2,7% da população mundial, o Brasil teve 10,2% das mortes na pandemia. “Esse foi o tamanho da má gestão da pandemia no Brasil”, frisou.
O presidente do STF disse ainda que o país chegou “perto do impensável”. Ele afirmou:
“Foi isso que o Brasil viveu e passou dentro desse contexto histórico, teórico, que eu procurei retratar: um populismo autoritário e como ele impactou o mundo. A verdade é que, felizmente, as instituições venceram no Brasil. Mas, como os fatos têm demonstrado, nós ficamos por um triz, chegamos muito perto do impensável no Brasil”.
*Com informações de Metrópoles