Um dos aliados mais próximos do presidente Lula (PT), o ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) do governo Dilma Rousseff e atual prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva (PT), criticou a forma como o governo decidiu se posicionar em alguns temas de sua pauta histórica.
Para Edinho, em entrevista à CNN Brasil, o partido precisa se lançar no debate de ideias com o bolsonarismo. Num esforço para arrefecer o clima de polarização, o Executivo tem evitado embates ideológicos com a oposição.
O exemplo mais recente é a decisão de Lula de decretar uma espécie de silêncio no último dia 31 de março, data que marcou os 60 anos do golpe.
Leia mais:
Itamaraty condena invasão de embaixada no Equador e Lula presta solidariedade a mexicano
Irmã de Marielle, ministra Anielle Franco se filia ao PT na presença de Lula
O prefeito disse discordar da decisão. Para ele, o governo e, principalmente, o PT precisam “fazer o debate” e defender sua visão de mundo em contraponto ao bolsonarismo.
“Nós temos que baixar a polarização. Mas nós não podemos abrir mão da nossa visão de mundo, principalmente o PT”, afirmou o ex-ministro na entrevista.
“Quando a gente quer relembrar o golpe de 1964, não estamos atacando ninguém. Até porque temos muitos militares democratas. Se não tivéssemos militares democratas, o 8 de janeiro teria sido um golpe”, disse Edinho Silva.
“Saidinha”
Edinho citou um debate, em especial, no qual se diz “assustado” com o andamento das discussões: o da “saidinha” temporária de presos, tema que entrou na mira em discussão no Congresso.
De acordo com ele, a esquerda tem posição histórica a favor de programas de ressocialização de presos e não pode se furtar do debate.
“A Saidinha. Que saidinha? É um programa de reinserção social de quem cometeu um erro. É a gente oferecer a segunda chance”, disse. “Estamos abrindo mão de algo que sempre nos norteou, que é o humanismo.”