Nesta quinta-feira (28/03), na ONU, a Rússia bloqueou a renovação do mandato dos especialistas que supervisionam a aplicação das sanções contra a Coreia do Norte, um veto denunciado pela maioria dos membros do Conselho de Segurança, preocupados com o desenvolvimento do programa nuclear de Pyongyang.
A Coreia do Norte se tornou um importante fornecedor de munições de Moscou. Desde o início da guerra na Ucrânia, os países foram proibidos de fornecer ajuda militar ao governo russo, regra que vem sido quebrada pelo regime norte-coreano. O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, comandou um aumento vertiginoso no programa de mísseis balísticos intercontinentais de longo alcance do país – que, em tese, poderiam atingir os Estados Unidos.
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Desde 2006, a Coreia do Norte é alvo de sanções do Conselho de Segurança, relacionadas, sobretudo, com o seu programa nuclear, e que foram reforçadas diversas vezes em 2016 e 2017.
Rússia e China, desde 2019, têm tentado convencer o Conselho para que alivie essas medidas, que não têm data de validade.
Sanções violadas
A Rússia, anteriormente, tinha apoiado as sanções internacionais e investigações das Nações Unidas sobre o programa de armas ilegais da Coreia do Norte. No entanto, as relações entre Moscou e o Ocidente começaram a se deteriorar e o presidente russo, Vladimir Putin, luta com escassez de munições e armas no contexto da guerra na Ucrânia, ficou cada vez mais dependente do seu homólogo norte-coreano.
O embaixador russo nas Nações Unidas, Vassily Nebenzia, afirmou ao Conselho de Segurança que o regime de sanções impostas pelas Nações Unidos, cujo objetivo é impedir Pyongyang de realizar testes nucleares ou de lançar mísseis balísticos, está “perdendo a sua relevância” e está “desligado da realidade”.
Vassily Nebenzia, acrescentou que seu país havia pedido ao Conselho que “adote uma decisão para realizar uma avaliação aberta e honesta” das medidas aplicadas.
“Se houvesse um acordo para uma renovação anual das sanções, o mandato da comissão de especialistas teria sentido”, afirma o embaixador russo.
Além do Reino Unido, os Estados Unidos, também, denunciaram o veto como uma tentativa de Moscou para esconder sua crescente cooperação militar com Pyongyang.